Ultimamente tenho visto anime em quantidades copiosas, por não ter muito mais coisas para fazer. Mas só muito raramente é que um anime me prende de tal maneira que eu o vejo com atenção do início ao fim, sem me distrair em conversas no IRC ou outras conversas em sítios mais modernos. Depois de algumas séries vistas, eis que encontro um anime que me divertiu do início ao fim!
Book of Bantorra passa-se num universo paralelo quase fantástico, mas não exactamente (porque continua a ter aviões, como os universos normais). Neste mundo, as pessoas quando morrem transformam-se em livros de pedra que, ao ser tocados com as mãos nuas, revelam toda a vida da pessoa. E existe uma biblioteca, a Biblioteca de Bantorra, onde guardam esses livros. E existem os Bibliotecários Armados, que são quem toma conta da biblioteca. Entretanto, existe uma igreja do sétimo dia “vamos afogar-nos nas graças de deus” que tem uns atritos com os bibliotecários de Bantorra.
A história é-nos revelada sobretudo em flashbacks, isto é, pessoas que lêem os livros umas das outras, e a narrativa está dividida em pequenos arcos que se dedicam um pouco a cada uma das personagens mais importantes. Por vezes a história parece pouco fluída, com uma transição pouco clara, sobretudo entre cada arco.
Os personagens são interessantes, mas apenas Hamyut, a bibliotecária directora, sofre evolução. Evolução essa totalmente dependente dos flashbacks do seu passado. Todos os outros estão bem definidos à partida, sobretudo pelos seus poderes, sofrendo alguns um bocadinho mais de pintura interior nos seus arcos. No geral, gostei de toda a gente e estava sempre à procura de um que fosse um bocadinho mais denso para ver se podia fazer cosplay dele. Mas não, não tenho ideias para nenhum. A Ireia mais nova fascinou-me (ia ser tão difícil fazer semelhantes roupagens!) mas não posso fazer nada com ela num palco, por isso fica para outra pessoa que se lembre.
A arte é muito díspar. Temos grandes momentos de animação, com lutas excelentes, mas por outro lado temos outras cenas ridiculamente mal feitas, sobretudo quando há uso de CG. Logo no primeiro episódio, aqueles barcos mais pareciam caixas de cartão. O “chara-design” é engraçado, mas continua a fazer-me espécie algumas incongruências e clichés… ou serei apenas eu a pensar nisto??… Se todos os bibliotecários têm uma farda porque é que os personagens principais podem usar a sua própria roupa? E porque é que têm de ser todas com peitos demasiado avantajados?
Musicalmente, nada de especial: uma música coral, uma música com uma gaja da ópera, um piano, um violino e tá feito. Nenhum dos temas de abertura (“Datenkoku Sensen” entrepretada pela banda ALI PROJECT e “Seisai no Ripeno” de Sasaki Sayaka) bem como as músicas dos créditos finais (“Light of Dawn” de Annabel e “Dominant space” cantada por Aira Yuuki) me prendeu especialmente, apesar da primeira animação da abertura (episódios 1-16) ser muito interessante. A música chegava a ser anti-climática e era muito repetitiva.
Realizada por Toshiya Shinohara (Black Buttler e Inu Yasha), Tatakau Shisho: The Book of Bantorra teve um total de 27 episódios de 24 minutos cada e foi emitida na televisão japonesa durante Outubro de 2009 e Abril de 2010.
Enfim, uma série que eu adorei, mas à qual não posso dar uma nota superior ao 6 (se tivermos uma escala de 0 a 10). Tatakau Shisho: The Book of Bantorra é uma série mediana, e que cumpre bem a sua missão de divertir o espectador.
Escrito por: Carol Louve