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Like Someone in Love

Abbas Kiarostami, realizador de Certified Copy (2010), regressa com um novo filme desta vez gravado em Tokio e com a participação de Katsumi Yanagijima, Director de Fotografia de eleição de Takeshi Kitano. Like Someone in Love é apresentado ao espectador através de uma melodia jazz num pequeno bar, prevendo um ambiente narrativo calmo. É também aqui que conhecemos uma das protagonistas do filme, Akiko (Rin Takanashi) é uma jovem incapaz de dar um rumo à sua vida e que durante a noite troca o seu estatuto de aluna por um emprego enquanto acompanhante. Mesmo contrariada, Akiko apanha o táxi que a levará ao seu próximo cliente, do qual nada sabe.

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Durante a viagem a jovem aproveita para ouvir as mensagens deixadas pela avó, dizendo que gostaria de a ver, deixando a personagem abalada mas incapaz de tomar uma decisão num dos exemplos de ânsia criados pelo realizador onde o espectador fica na dúvida sobre qual será o desfecho da acção. Ainda nesta cena podemos relaxar com os vários planos da cidade que relembram os de Lost in Translation da conceituada Sofia Coppola.

No fim de um percurso atribulado, chegamos ao nosso destino: um pequeno apartamento por cima de um restaurante. Mas o cliente que todos esperávamos é na verdade Takashi Watanabe um professor de Sociologia reformado protagonizado por Tadashi Okuno, que apenas deseja ter uma boa conversa com alguém jovem, tentando matar a solidão em que vive. Após uma pequena conversa casual em volta do famoso quadro de Chiyo Yazaki, Treinando um Papagaio, a jovem acaba por adormecer no quarto do personagem.

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Na manhã seguinte, Takashi leva Akiko à Universidade onde esta iria ter um exame e a relação inicialmente profissional começa a dar lugar a uma amizade pouco provável. Durante a espera conhecemos Noriaki Higuchi (Ryo Kase), o noivo ciumento e controlador de Akiko, que presume Takashi como sendo o avô da namorada. Durante a conversa podemos ver a personalidade calma de Watanabe, um homem que tenta usar a sua própria experiência de vida para aconselhar os mais novos, algo que aliás acontecera anteriormente entre Akiko e o seu Patrão.

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Mais uma vez, o espectador é deixado num estado de pura ansiedade, cheio de perguntas. Irá Noriaki descobrir a verdade que sempre tentara ignorar? Como reagirá? A narrativa começa a chegar ao seu clímax. No final do dia, Takashi regressa a sua casa e podemos ver parte do seu dia-a-dia até que chega uma chamada inesperada: Akiko fora agredida por Noriaki e está sozinha na rua, desesperada por ajuda. Embora inicialmente este fim pareça o de um cineasta inexperiente, vejo-o como um fim onde as personagens se revelam. Akiko é apenas uma jovem confusa e indefesa que procura o apoio de Takashi, um idoso com um instinto protector enorme. Por outro lado, Noriaki mostra finalmente a pessoa violenta e perigosa que realmente é.

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Like Someone in Love acaba deixando novamente o espectador curioso por conhecer o futuro do trio depois de uma cena de tirar a respiração onde Noriaki decide confrontar Akiko e Takashi sobre as suas mentiras! Um filme onde os personagens fazem de tudo para esconder quem realmente são até ao último instante.

Apesar de não ser um filme de um realizador japonês, Like Someone in Love é um filme que se pode englobar no Novo Cinema Japonês. Um cinema puro e simples onde podemos encontrar nomes como Takeshi Kitano, Naomi Kawase ou Hirokazu Kore-eda.

Escrito por: Ângela Costa

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