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Parasyte (Filme Parte 1)

Realizado por Takashi Yamazaki, Parasyte é baseado no manga de Hitoshi Iwaaki (1988), cujo recebeu uma adaptação a anime em 2014. No mesmo ano estreia no Japão a sua versão live-action, dividida em duas partes, que contam com a participação de atores como Shota Sometani, Sadao Abe, Eri Fukatsu, Ai Hashimoto, e Tadanobu Asano, entre outros.

A primeira parte, foco desta review, foi lançada em 2014, e segue os acontecimentos do manga desde o início até à morte do parasita que controla a mãe do protagonista Shinichi (Shota Sometani).

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Parasyte começa com a chegada de criaturas que ficam conhecidas como parasitas por atacarem Humanos, controlando os seus corpos, alimentando-se depois de outros Humanos. Um destes parasitas tenta atacar Shinichi, um aluno de liceu, mas falha e consegue apenas tomar posse do seu braço direito, ficando conhecido como Migi (‘mão direita’ em japonês). Os dois juntam forças para parar os restantes parasitas, incluindo um grupo que se alia ao futuro Presidente da Câmara da cidade com o objetivo de aos poucos controlar todo o país.

Neste primeiro filme, Shinichi tem de lidar principalmente com a morte da sua mãe, que é atacada por um parasita conhecido como A, e que o protagonista tenta matar momentos antes. A morte da mãe leva-o a adotar comportamentos típicos dos parasitas como a falta de sentimentos e a incapacidade de chorar.

Tudo termina quando o duo consegue finalmente encontrar e matar A, levando Shinichi a regressar ao seu antigo ‘eu’. Curiosamente no momento em que Shinichi mata o parasita que atacou a sua mãe, um comboio passa na linha por cima dele. Este representa de certa forma uma mudança no personagem, uma técnica usada por cineastas como Yasujiro Ozu. A morte da mãe de Shinichi mudou-o profundamente e naquele momento ele ultrapassa um trauma, iniciando uma nova fase.

Quando o filme está prestes a terminar e a história começa a encerrar, somos apresentados a um novo personagem, possivelmente o vilão da segunda parte. Ele é Gotou (Tadanobu Asano). Dele vemos apenas as mãos enquanto desfruta de uma refeição gourmet preparada com carne humana, seguindo depois um breve tilt até à sua cara – uma expressão fria, inteligente e calculista que transparente medo e curiosidade.

Os efeitos especiais são bastante interessantes apesar de serem percetíveis. Migi possui expressões faciais variadas, desde os contornos da sua pequena boca, aos seus olhos que piscam frequentemente. As lutas e as cenas de ação são relativamente simples, fugindo ao excessivo uso de efeitos que acabariam por arruinar o realismo do filme, tornando-o numa peça ridícula.

A banda sonora funde-se perfeitamente com o filme, entrando e saindo de plano quase que impercetivelmente mas intensificando os momentos de tensão, comédia e drama.

Finalmente, terminando esta parte da review, Parasyte possui uma referência a The Thing (1982) de John Carpenter, nomeadamente quando vemos o parasita abrir a sua cabeça em forma de estrela, semelhante ao que acontece na obra de Carpenter.

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Parasyte Parte 1 é sem dúvida uma das melhores adaptações que já vi, pegando nos pontos narrativos realmente importantes e cozendo-os de forma a fazerem sentido.

Curiosamente os parasitas propagam-se pela água, tal como a vida na terra desde as plantas. Isto conferes-lhe uma origem mais natural contrariamente ao manga, de onde vêm do céu, quase como entidades extraterrestres. Ao nascer da água, os parasitas tornam-se de fato criaturas naturais deste planeta, possuindo o direito de viver nela e de se alimentar dos que a habitam.

O facto de Shinichi e da sua mãe discutirem mesmo antes de ela morrer, concede mais dramatismo à sua morte. No manga esta sai em férias com o pai e a sua partida torna-se dolorosa apenas pela sua morte. No filme Shinichi não tem de lidar apenas com a morte, mas com a discussão, as últimas palavras que lhe disse. Para piorar, o parasita que a mata é A, o mesmo que Shinichi deixou vivo momentos antes do ataque.

Contudo não gostei da humanização de Migi. Originalmente um Ser frio, é transformado numa criatura mais calorosa, não se assemelhando em nada aos outros parasitas. Gosta da ideia de possuir um nome, e ajuda Shinichi na sua luta contra os semelhantes.

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Apesar de ser a primeira parte de uma obra de dois gomos, Parasite Parte 1 funciona como um todo, respondendo às questões e resolvendo os problemas que nos apresenta, para depois, no final, fazer novas questões e criar novos problemas – somos apresentados a Gotou, e a polícia está a trabalhar com as forças especiais para terminar os parasitas.

Se não leram o manga ou viram o filme, Parasyte oferece uma história complexa e que não necessita de apresentações. Se quiserem ver uma conversa um pouco mais descontraída sobre o filme, passem pela nossa Niji.Tv!

Escrito por: Ângela Costa

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