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Sono otoko kyobo ni tsuki

Policia Violento é o titulo português do filme Sono Otoko kyobo ni tsuki, lançado em 1989, com duração de 103 minutos, que retrata um detective japonês com métodos de intimidação pouco usuais. De seu nome Azuma, descobre que há muito mais em jogo por de trás de vários crimes de tráfico e posse de droga.


Este filme teve como realizador Takeshi Kitano, que simultaneamente, também foi actor principal (Azuma). Também conta com actores como Maiko Kawakami, Shiro Sano, Makoto Ashikawa, entre outros. Teve direito a um prémio da Academia Japonesa de melhor artista popular (Takeshi Kitano), um prémio Nikkan Sports Film de melhor Novo Talento (Takeshi Kitano) e um prémio da Yokohama Film Festival para melhor Director (Takeshi Kitano). (Já lhe está a cheirar muito a Takeshi Kitano, não é?)

O argumento original de Policia Violento era uma comédia, escrita por Hisashi Nozawa, sendo o realizador Kinji Fukasaku o realizador pretendido para o filme, mas Kinji teve que se demitir quando se apercebeu que o seu actor principal escolhido (Takeshi Kitano) só estaria disponivel em periodos de dez dias devido a compromissos televisivos, o que tornava o processo de filmagem demorado. Na altura, Takeshi Kitano tinha sido escolhido pela sua fama de comediante (Takeshi Kitano tinha a alcunha artistica de “Beat” Takeshi, originada pelo duo comico “Two Beat” que tinha nos anos 80).


Retirado o realizador pretendido para o filme, Takeshi ofereceu-se para ocupar o cargo e assim realiza o seu primeiro filme. Reescreveu o argumento do filme completamente para retirar todos os traços de comédia com um proposito: Takeshi queria passar uma imagem diferente da de comediante que possuia na altura, uma tentativa de se reinventar, de tornar irreconhecível a sua capacidade de actuar em filmes com a capacidade de actuar em dramas e shows televisivos. O resultado final foi um filme muito diferente do prentendido pelo argumento original: um drama que centra num detective sociopata.

Policia Violento é o primeiro filme realizado onde podemos perceber o “toque especial de Takeshi Kitano”. Os “takes” são longos desde com close-ups de duração de 10 segundos  até uma cena que dura um minuto em que o actor principal atravessa simplesmente uma ponte. O filme também conta com uma parte em que o grupo de detectives persegue um criminoso durante sensivelmente 10 minutos. Provavelmente o leitor que pensa em ver este filme, poderá pensar em desistir de ver o filme numa destas cenas, mas não se deixe abater. Este é um toque familiar de Takeshi que claramente têm um proposito: não sufocar o espectador de tanta informação por cena, coisa que muitos filmes dos anos actuais pecam.


Quem gostou dos filmes de Dirty Harry, com certeza que se sentirá em casa com este filme. Podem contar com violência simples, enredo (Desde traficantes de droga até Yakuza), toques artisticos pessoais de Takeshi e um climax surpreendente que faz o espectador. Contem algumas cenas chocantes e imorais, mas se estes elementos não causarem impressão ao leitor, recomendo-lhe o filme sem pensar duas vezes. Termino este artigo com curiosidade de saber como seria este filme, se fosse usado o argumento cómico original de Hisashi Hozawa.

Autor: Sérgio Henriques

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