Aposto que neste momento estão milhares de pessoas em suas casas à volta dos seus hobbies. Um desses hobbies pode ser o coleccionismo. Por isso, achamos que é uma boa altura e oportunidade para vos ajudar a começar uma nova colecção ou então a organizar a que já têm.
Uma dessas colecções pode ser a filatelia. O coleccionismo de selos é uma paixão que une milhões de pessoas em todo o mundo. E desenganem-se aqueles que pensam que coleccionar selos é apenas amontoá-los ao calhas. Por isso deixamos 10 dicas para começarem a fazer uma bonita colecção de selos do Japão ou de outra temática qualquer:
01. Como começar
A forma mais fácil e simples de começarmos a coleccionar é procurar em locais mais perto de nós, ou seja, em cartas que vamos recebendo, pedindo aos amigos os selos que estão nas cartas que eles recebem. Depois temos claro os Correios e as lojas especializadas de filatelia. Aqui de certeza que à partida teremos um bom lote de selos usados, excelentes para iniciar as trocas por selos que nos interessam. Neste caso os selos do Japão.
Outro local onde podem procurar é na internet onde existem imensos sites de trocas e venda de selos. Na fase inicial da colecção a variedade é um elemento importante, por isso caso se decida em comprar via internet aconselhamos a fazerem compras de lotes de selos que tenham uma boa variedade. Estes lotes com diferentes são muito baratos (muitas vezes vendidos por quilo).
02. Escolher um tema
O ideal para começar a fazer uma colecção de selos pode tornar-se mais divertido se soubermos exactamente qual o tema da nossa colecção. Optar por fazermos uma colecção temática é talvez a melhor forma de conseguirmos melhores resultados. Por exemplo: podemos coleccionar todos os selos do Japão ou procurarmos inicialmente temáticas mais específicas dentro do país que coleccionamos, ou seja podemos escolher o tema anime/mangá, selos de animais ou flora, desporto, paisagens, etc. Tendo definido o tema a colecção é mais fácil de completar.
03. Trocar e aumentar a colecção
Depois de já termos um bom lote de selos repetidos nada melhor do que começarmos a procurar outros coleccionadores que se interessem pela mesma temática ou de coleccionadores que procurem outros selos mas que tenham selos da nossa temática para aumentarmos a nossa colecção. Estas trocas podem ser feitas em eventos dedicados à filatelia, em feiras de coleccionismo que por sinal existem bastantes em várias cidades de Portugal. Outra forma de trocarmos selos é via internet onde existem imensos sites de trocas de selos ou no facebook onde existem grupos dedicados à filatelia por esse mundo fora.
04. Comprar de material para as nossas colecções
É também essencial adquirirmos algum material para catalogar e organizar as nossas colecções. A compra de um catálogo é quase obrigatório para assim ser mais fácil de controlarmos as faltas da nossa colecção. Existem imensos catálogos de filatelia.
Para organizarmos os nossos selos existem várias formas: ou usar álbuns próprios para filatelia, ou “colá-los” em folhas normais de papel A4 usando charneiras (uma espécie de fita-cola para filatelia). Também aconselha-se a compra de uma lupa e de uma pinça para ser mais fácil manusear os selos e transportá-los de um álbum para o outro.
05. Comprar mais selos
No mundo da filatelia, como aliás em todos os outros tipos de coleccionismo, existem falsas promessas de bons negócios. Antes de comprar este ou aquele selo que pensa que é especial, certifique-se da autenticidade do mesmo. Não se deixem enganar e se for preciso falem com alguém que tenha mais experiência. Ás vezes é vantajoso investir algum dinheiro num selo que seja realmente raro e valioso, do que comprar muitos outros selos comuns a preços mais atractivos.
Uma excelente colecção de selos faz-se também pensando na raridade e na exclusividade dos selos. Por isso, investir em selos que realmente fazem a diferença, apostando assim na qualidade da colecção em vez da quantidade.
06. Catálogos de selos
Para organizar as nossas colecções a forma mais simples é adquirir os diferentes catálogos lançados por cada país ou encontrar-mos online esses catálogos. Cada país edita anualmente ou de dois em dois anos o seu próprio catálogo (neste caso, o catalogo de selos do Japão que se chama Sakura – que podem verificar no site oficial). Depois existem os catálogos que servem e que são reconhecidos internacionalmente como por exemplo: Scott, Stanley Gibbons, Michel e Yvert et Tellier (todos estes também tem neste caso os selos do Japão emitidos até à data dos referidos catálogos).
07. Controlo na colecção
Fazer uma colecção de selos pode tornar-se um “stress” para qualquer um de nós se não formos pacientes. Pois existem aqueles selos que queremos para terminar a colecção mas que ou não aparecem no mercado, ou que ninguém dos coleccionadores que conheces também não ou tem ou ainda ter vendedores a pedirem valores exorbitantes como são os casos dos selos com personagens de anime ou os blocos com as séries completas. Por isso, o ideal é não tentar ter as coisas logo à primeira porque um dia mais tarde o que procuramos vai aparecer. Coleccionar selos é uma actividade passiva e que envolve pouco ou nenhum comprometimento físico, mas podemos ser assaltados pelo stress.
08. Uma vez coleccionador, coleccionador para sempre
Se formos um filatelista convicto, então esta paixão é bem capaz de nos acompanhar para o resto da nossa vida. Podem passar-se meses e até anos sem que tocarmos na nossa colecção, mas um dia se encontrarmos aqueles selos que andávamos à procura o bichinho volta e de certeza que a colecção volta. Como se costuma dizer: Uma vez coleccionador, coleccionador para sempre.
09. Colecção nunca está terminada
Uma colecção de selos pode ser quase infinita, a não ser que tenhamos decidido fazer uma colecção temática muito específica como referi anteriormente (anime, animais, desporto ou monumentos) ou mesmo uma série de selos específicos, como por exemplo a série Letter Writing Week que tem uma boa quantidade de selos. Mesmo assim a colecção pode estar sempre a crescer porque todos os anos saem novos selos.
10. Valores e a raridade dos selos
Depois de já termos uma colecção simpática e de estarmos familiarizados com o estado de conservação dos selos e de termos mais ou menos uma ideia dos valores e da raridade dos mesmos, é altura de tempos a temos irmos vendo o valor e raridade da nossa colecção.
Existem os catálogos como referimos atrás que nos mostram os selos organizados por ano e que dão um valor de mercado actual para uma determinada tiragem. Mas uma nota importante, não devemos tomar a informação dos catálogos como regra, isto porque os valores que estão descritos são estimados de acordo com os valores das negociações realizadas e disponíveis no momento da edição do livro.
Deixamos então o desafio para começarem a coleccionar selos do Japão porque além de ser uma forma de conhecer melhor este país e a sua cultura, é também um desafio que fomenta o lado mental e humano.
Assim sendo, quem quiser começar a coleccionar e estiver mais curioso sobre o assunto sempre podem enviar-nos uma mensagem na nossa página do ClubOtaku no Facebook, que estará por lá alguém para responder…
Escrito por: Fernando Ferreira