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A história do Quimono (parte II)

Apesar da roupa ocidental ser agora a norma no Japão contemporâneo, o quimono ainda é usado em ocasiões especiais. Há escolas nas cidades modernas que treinam as pessoas a vestir o quimono e as regras principais. Eles ensinam as várias formas complicadas de amarrar o obi, bem como as formas subtis de drapejar o traje, andar nele, e como seleccionar e combinar as cores e padrões consoante a estação do ano. O quimono ainda expressa o bom gosto daquele que o veste, bem como senso de decoro e a sua compreensão social.

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Embora o quimono moderno seja geralmente um robe em forma de T, há uma série de variações para diversas pessoas e ocasiões diferentes. O Furisode, que literalmente significa “mangas compridas”, ou “mangas flutuantes”, é usado por mulheres jovens e solteiras. As mangas do Furisode médio tem cerca de 45cm ou mais, embora uma variação chamada Chu Furisode pode ter mangas mais práticas de 35cm.

Este tipo de quimono pode às vezes também ter mangas de 70cm que arrastam no chão, mas que normalmente é de efeito teatral ou cerimonial, tal como os quimonos das noivas ou até actores de Kabuki. As cavas das mangas são longas, permitindo a facilidade de movimento e ventilação. Vestir Furisode é um anúncio de que as mulheres são elegíveis para casamento.

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O Houmongi é o fato formal usado pelas mulheres casadas. Pode ser usado para casamentos ou cerimónias de chá. Muitas vezes tem um padrão chamado Eba, que se espalha por todo o quimono, sem parecer ser perturbado pelas costuras através de um método especial de tingimento. O Tomesode, às vezes chamado de Edozuma, é outro quimono formal, usado por mulheres casadas em casamentos de parentes próximos ou eventos especiais. Esse tem um padrão na parte frontal inferior do vestuário em torno dos joelhos até à bainha. A noiva, num casamento tradicional japonês usa o quimono mais formal, chamado de Uchikake. É um género casaco, longo e com uma baínha muito almofadada, que é feito a partir de um grosso tecido brocado.

Os quimonos para homem geralmente são de cores suaves e padrões de preto, cinza, castanho e tons de azul escuro. Se são decorados, os padrões usuais são “fine checks”, bolinhas, ou desenhos de olho de pássaro. Os formais são chamados Montsuki, que significa “com kamon”(kamon, é o brazão de família), e são feitos de seda preta lisa com cinco kamons, que se vestem com um quimono interior branco chamado Juban, e com Hakama, ou calças, nas cores cinza ou castanho.

O quimono Mofuku é o mais sombrio dos quimonos modernos cerimoniais, e é usado somente para funerais. O Mofuku é geralmente feito de seda preta, com brasões de família em lugares chave. Ele é vestido com um juban branco, acessórios pretos, zoris pretos, ou geta.

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Hoje existem artistas de quimono que são considerados património nacional pelo governo japonês e que preservam as técnicas históricas para a decoração do quimono. As suas obras são únicas e podem ser mais caras do que uma magnífica pintura. Alguns foram vendidos por mais de cem mil dólares(mais ou menos 77.500€). A maior parte dos japoneses dos dias de hoje nunca possuiram ou usaram um quimono. Alguns podem alugar um para várias vezes na sua vida em que precisarão de o ter. No entanto, o quimono é o símbolo instantaneamente reconhecível da moda japonesa. Vesti-los e ter conhecimento sobre o seu mundo é em si uma arte.

Parte I – A história do Quimono
Parte III – O Quimono no Mundo

Escrito por: Kimino Chiyo ( www.facebook.com/Kimono.Pt )

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