Tinha apenas seis anos quando os Estados Unidos lançaram a bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima. Como resultado, a sua mãe ficou gravemente ferida e morreu quatro anos depois. Ironicamente, a ocupação americana do Japão após o ataque fez com que Miyake tivesse o seu primeiro contacto com a cultura ocidental que mais tarde foi decisivo para a sua estética criativa.
Atraído pelo design, estudou artes gráficas na Tama Art University de Tóquio de 1959 a 1964. Depois da apresentação da sua primeira coleção, A Poem of Cloth and Stone, em 1963, foi para Paris. Lá recebeu seu diploma pela Chambre Syndicale de la Haute Couture de Paris em 1966. Talentoso, Issey Miyake, completou sua formação com Givenchy e Guy Laroche.
Em 1969, Miyake passou por Nova York. De volta a Tóquio e influenciado por suas experiências em grandes marcas, criou a Issey Miyake Design Studio, sua própria marca. Em 1971, apresentou sua nova coleção inovadora e original em Tóquio e em Nova York simultaneamente. Tecidos japoneses com cortes ocidentais para seu primeiro desfile em Paris, em 1973. Foi um dos primeiros criadores do país do sol nascente a desfilar na Europa.
Em 1971 fundou Miyake International Incorporated, e é assim que vem à luz sua primeira colecção, exibida em Nova York, onde residia, e, simultaneamente, em Tóquio. A sua segunda colecção apresentada em Paris em 1973, foi a gota de água para que Issey Miyake finalmente se estabelecesse no mundo da moda. Até agora tinha permanecido fiel à sua filosofia de design radical, mas, ao chegar início dos anos oitenta, mudou a orientação para dar a sua roupa um corante mais prático leva para as ruas e os seus trajes característicos pregas.
O seu estilo minimalista inscreveu-se na tendência “less is more”. Com o seu talento inventivo, Issey Miyake transformou-se numa referência por causa da sua técnica dos “plissados”. Em 1993 lançou a linha Pleats Please com cortes extremamente simples. O estilista ganhou fama no desfile A-POC (A Pièce Of Cloth).), as roupas eram totalmente confeccionadas apenas num tecido.
Issey Miyake lançou seu primeiro perfume, L’Eau d’Issey, em 1992. A essência da fragrância é inspirada na ideia da água como um elemento essencial em toda a vida. Esta essência é leve, com uma mistura de floral, almiscarado e amadeirado tons. A fragrância L’Eau d’Issey Pour Homme é lançado em 1994, inspirado pelas qualidades fortes, suaves e ágeis de água. A fragrância é fresca com aromas amadeiradas.
Depois de apresentar sua última colecção em 1999, Issey Miyake cede discretamente o seu lugar ao assistente, Naoki Takizawa. Antes da sua partida lançou o delicioso perfume “L’eau d’Issey” com o frasco desenhado pelo próprio estilista. Afastado da ribalta, mas sempre em actividade, Issey Miyake dedica-se à pesquisa dos tecidos e das tendências da moda.
Em 2005, recebe o Praemium Imperial, uma das mais altas condecorações japonesas. No mesmo ano, as suas criações foram expostas no Centro Georges Pompidou em Paris, ao lado de artistas contemporâneos, na exposição Big Bang. Issey foi o único estilista convidado. Um ano mais tarde, recebe o Kyoto Prize pela “sua contribuição para o desenvolvimento de uma moda inovadora graças ao encontro da cultura oriental e ocidental, assim como, a utilização de uma tecnologia de ponta”.
Em 2007, Issey Miyake inaugura a sua fundação, “o centro 21-21” desenhado pelo famoso arquitecto japonês Tadao Ando (ver artigo) e cujo tecto parece-se com duas asas gigantes. Para o criador, o espaço tem como vocação ser um lugar “onde as pessoas sejam levadas a reflectir sobre temas simples e dividir ideias e questionamentos”. Em 2008, apresentou sua primeira exposição “O homem do século XXI ” totalmente concebida à partir de materiais reciclados, o estilista nos lembrou com humildade que não somos muita coisa e que o consumismo desenfreado dos recursos e a falta e respeito pelo nosso meio-ambiente faz com que todos saiam perdendo.
Ao longo destes anos todos Issey Miyake tem criado algumas colecções de moda, marcas e acessórios que o tornaram mundialmente conhecido entre os seus pares e não só:
Issey Miyake por Naoki Takizawa
Historicamente, a marca era conhecida por sua inovação, colecções Issey Miyake compartilham um foco contínuo sobre a importância da imaginação e da busca de novos métodos pelos quais a criação de peças de vestuário. As colecções de homem e mulher se concentrar em uma nova perspectiva em que todo o processo é tão importante quanto o resultado. Naoki Takizawa, em 1999, assumiu o papel de designer-chefe das duas linhas e continuou com a tarefa de inovação em tecidos e formas. Ingressou Estúdio Estudo Designar Miyake (Miyake Design Studio) após a graduação e inicializar instantaneamente na criação de peças de vestuário através da busca constante de materiais e tecidos . Em 1993, ele foi responsável pela linha de moda masculina de Miyake, e em 1999 foi nomeado chefe de designer colecções Issey Miyake.
Haat
Haat é uma linha de roupas que combina luxo e exclusividade todos os dias com desenhos característicos da marca. Sua essência vem de Makiko Minagawa, Director Criativo, que acreditava que as técnicas tradicionais pode dar-lhes a vida em um contexto contemporâneo. Técnicas específicas de tecelagem, bordado e tingimento de diferentes países e culturas, e detalhados itens combinados. Minagawa é de um parceiro de longa data de Issey Miyake, e do Director Têxtil Miyake Design Studio (Miyake Design Studio).
Issey Miyake Vakio
É uma série de relógios projetados exclusivamente para Issey Miyake pelo designer industrial Harri Koskinen. Esta linha, bem como sendo altamente funcional é visualmente rico. Fabricado pela Seiko Instruments, Vakio é caracterizado por linhas limpas e cores sutis. Os relógios têm uma aparência unissex e estão disponíveis em designs simples ou dupla face. TribecaISSEYMIYAKE tem linha completa Vakio.
Issey Miyake é hoje um dos designers mais respeitados e conhecidos do Japão, seus projectos são referidos não como roupas, ou define “prêt-à-porter”, mas a arquitectura em vez de arte, que faz fronteira com os conceitos metafisicos de estilo muito diferente de uma liberdade obrigado pela ortodoxia.
Escrito por: Fernando Ferreira