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Novos autores portugueses traduzidos no Japão

Camões, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, entre outros, «abriram caminho», foram os primeiros a «despertar» a atenção dos editores japoneses, que hoje se mostram também interessados em nomes mais «recentes» da literatura portuguesa.

Hoje, é já possível mencionar um lote razoável de autores portugueses – não apenas clássicos, mas também modernos, contemporâneos – traduzidos na língua de Bashô e Kawabata. Miguel Torga e José Saramago, por exemplo. Mas também Rui Zink.

O autor de «Apocalipse Nau» vai dar-se a conhecer ao leitor japonês com uma «novela curta» que escreveu em 1998 e as Publicações Europa-América publicaram. Título, «A Espera».

A notícia da tradução, em curso, deste livro foi dada há dias pela tradutora japonesa Itoko Hamasaki – e Zink, ouvido pela Lusa, confirmou-a.

Itoko foi a vencedora ex-aequo, este ano, do Prémio Rodrigues, o intérprete, com a tradução de «O Crime do Padre Amaro», de Eça de Queirós. O outro galardoado foi o professor universitário Nokio Kinshichi, com uma biografia sobre o Infante Dom Henrique.

O prémio, atribuído anualmente pela embaixada de Portugal no Japão, distingue obras sobre temas e autores portugueses e traduções de livros portugueses.

Formada em estudos luso-brasileiros, Itoko está já a preparar a tradução de um outro romance de Eça, «O Primo Basílio».

«A Espera», um «novela curta» de Rui Zink escrita em 1998, vai ser publicada em japonês, numa tradução de Takiko Okamura.

«Cruzam-se na novela – explicou o escritor à Lusa – duas histórias: a caça à baleia como prática e como metáfora da literatura» Como «matéria-prima», Zink utilizou o que viu, ouviu e experimentou quando assistiu, em 1982, nos Açores, a uma caça à baleia, prática então já ilegalizada.

A história da tradução do livro começou há três anos quando, com outros autores portugueses, Zink participou em Tóquio em encontros numa universidade local organizados pelo Instituto Camões e Instituto Português das Bibliotecas e do Livro, IPBL.

Zink levou consigo, «numa mala», alguns dos seus livros, entre os quais «A Espera», deu-os a ler e esperou reacções. Um dos editores contactados mostrou interesse em publicar, precisamente, «A Espera».

Porquê «A Espera», que não é, definitivamente, o mais conhecido dos seus livros, o mais lido ou aplaudido pela crítica? A escolha terá tido a ver com o facto de a «caça à baleia» ser uma realidade familiar aos japoneses. O Japão tem, hoje, e com acesa polémica à mistura, uma das mais poderosas frotas de caça à baleia do mundo – nada de comparável à artesanal prática açoriana.

«As pessoas – observa Zink – gostam de ler coisas que tenham a ver com a sua realidade, a sua experiência».

Fonte: Diário Digital / Lusa

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