É um dos locais mais icónicos da capital japonesa e foi imortalizado em filmes como “Lost in Translation” ou “Velocidade Furiosa: Ligação Tóquio”. Ainda não descobriram de que estamos a falar? Então devem continuar a ler o texto…
As origens subjacentes a que esta zona da cidade de Tóquio se tivesse transformado num ponto, não só estratégico, como também num local de peregrinação turística, remontam há mais de 100 anos, quando em 1885 se iniciou a construção da Estação de Shibuya. Naquela época, esta estação tinha como objectivo servir de paragem à Linha Shinagawa (a primeira linha norte-sul a atravessar Tóquio) e que mais tarde ficaria conhecida como a Linha JR Yamanote.
Hoje, a Estação Shibuya tem mais de oito linhas diferentes e é gerida em conjunto por várias empresas de metropolitano: JR East, Keio, Tokyu e Tokyo Metro. Mas o movimento característico desta zona da capital japonesa não é exclusivamente devido à Estação de Shibuya.
A zona é também local de muitos bares, clubes e restaurantes e, segundo os japoneses, este é um local destinado a ser frequentado pelas faixas etárias mais jovens e, em especial, às actividades do foro artístico (música, design e moda). Relembramos que nos anos 90 surgiu precisamente nesta zona o famoso movimento musical Shibuya-kei, criado por um grupo de jovens artistas emergentes na época: Pizzicato Five, Cornelius, Fantastic Plastic Machine, entre outros.
Mesmo ao lado da passadeira estão os icónicos Shibuya 109 (o primeiro a ser construído) e o 109 Men, já para não falar do grande número de marcas populares japonesas como a Forever 21 e a Uniqlo ou as filiais de marcas internacionais ligadas ao mundo da moda. Para além dos famosos edifícios, podemos também observar três enormes ecrãs direccionados para a passadeira, os quais bombardeiam os peões com anúncios publicitários, trailers de filmes de imagem real ou animação.
Outro ponto turístico que também contribui para que imensas pessoas atravessem esta passadeira é a saída 8 da Estação de Shibuya, também conhecida como Saída Hachiko. O local ganhou este nome devido à estátua de bronze do famoso cão, localizada na praça do lado de fora. Hachiko foi um cão que viveu durante a década de 1920 e que todos os dias ia até à estação de Shibuya esperar pelo seu dono, o professor Ueno. Os dois encontraram-se durante quase um ano, até que um dia o professor não retornou. Mesmo assim, durante 9 anos, Hachiko continuou a regressar à Estação na esperança de que um dia o seu dono voltasse.
A Estação de Shibuya, situada no “centro” da capital japonesa, recebe em média 2,4 milhões de passageiros por dia. Esta imensidão de gente faz com que a passadeira de Shibuya, ou “Shibuya Crossing” (como é conhecida entre os turistas), seja provavelmente uma das vias mais movimentadas do mundo. Calcula-se que aproximadamente 2.500 pessoas atravessem esta passadeira em forma de quadrado de cada vez que o sinal está verde.
E é quando se faz esta travessia que se dá o clique e se apodera das pessoas que a atravessam a sensação de que o mundo pára durante alguns segundos. Milhares de pessoas em simultâneo atravessam a estrada sem que choquem entre si e é também sem dúvida um momento especial para quem observa toda esta azáfama populacional.
Quem quiser sentir a adrenalina deste local pode fazê-lo visitando-o (se tiverem oportunidade para o fazer), ou então vendo-o em “streaming” através de várias câmeras que existem no youtube. Esta é uma delas:
Escrito por: Fernando Ferreira