Nascido em Osaka a 13 de Setembro de 1941, Tadao Ando constitui um caso invulgar no panorama da arquitectura mundial visto ser um autodidacta nesta arte, em grande parte graças às suas viagens aos Estados Unidos, Europa e África entre os anos de 1962 a 1969 onde aprofundou os seus conhecimentos na área. Antes desses anos Tadao tinha sido camionista e lutador de boxe.
Funda a empresa Tadao Ando Architect & Associates em Osaka, em 1969. Quando lhe perguntam como nasceu o seu interesse pela arquitectura, responde: «Acontece que se faziam construções no sítio onde eu morava, quando eu tinha quinze anos, e eu travei conhecimento com alguns carpinteiros. Mais ou menos na mesma época, encontrei num alfarrabista um livro sobre a obra completa de Le Corbusier. Copiei alguns dos seus desenhos, e diria que foi assim que comecei a interessar-me ela arquitectura».
Vencedor do Premio Carisberg em 1992, do Premio Pritzker em 1995 (a maior distinção formal para um arquiteto), doando os cem mil dólares do prémio para os órfãos do Terremoto de Kobe, do Premium Imperiale em 1996 e da Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects em 1997, Tadao Ando é um dos arquitectos mais respeitados do mundo.
Alguns dos seus admiradores ou, neste caso, dos seus detractores, deram-se ao trabalho de visitar os seus edifícios. Nem a melhor fotografia nem o desenho mais minucioso conseguem reproduzir os efeitos da mudança da luz à medida que o sol se esconde atrás do Templo de Hompuku-ji, na ilha de Awaji, sobranceiro à Baía de Osaka. Todavia, o essencial da sua obra só pode captar-se através desses instantes fugidios, quando a presença da natureza se impõe e depois desaparece atrás das paredes de betão.
Entre as várias obras de Ando ao longo dos anos podemos destacar, a Igreja de Hokkaido junto à água (1988), a Igreja da Luz de Osaka (1988-1989) e o Museu Infantil de Himeji (1988- 1989). Na década dos 90 constrói o pavilhão japonês para a Expo ’92 em Sevilla, construído exclusivamente em madeira.
Os traços característicos da sua arquitectura são as formas simples de betão, tanto do exterior como do interior. Embora da parte de fora as suas casas sejam fechadas, os seas generosas pátios interiores permitem-nos a percepção do vento e do tempo. Nas palavras de Tadao Ando: “Coisas como a luz e o ar só têm significado quando entram numa casa em forma de excertos do mundo exterior. Pedaços isolados de luz e de ar reproduzem a natureza completa”.
Actualmente além de continuar a fazer excelente arquitectura também exerce a sua carreira de docente como professor da Universidade de Tóquio.
Ao longo dos anos Tadao Ando tem vindo a ganhar alguns Prémios de Arquitectura. Ficam aqui os mais importantes:
– Prémio anual Row House, Sumiyoshi, Instituto de Arquitetura do Japão, 1979
– Cultural Design Prize Rokko Housing One and Two, Japão, 1983
– Medalha Alvar Aalto, Associação Finlandesa de Arquitetos, 1985
– Prémio da Academia de Arte do Japão, Japão, 1993
– Prémio Pritzker, 1995
– Praemium Imperiale First “FRATE SOLE” Prêmio em Arquitetura, Associação de Arte do Japão, 1996
– AIA Gold Medal, Instituto Americano de Arquitetos (AIA), 2002
Escrito por: Fernando Ferreira