Além dos milhares jogos electrónicos que populam a terra do Sol Nascente e que fazem as delícias dos mais novos e graúdos, outros jogos mais antigos e tradicionais ainda são bastante apreciados pelas crianças em idade escolar e que servem como um ponto de partida para continuarem a dar a devida atenção às suas tradições e costumes.
Ayatori, ou “berço de gato” na língua de Moraes, é um jogo tradicional japonês bastante popular entre o sexo feminino e que começou por volta da Era Heian e que pode ser observado nas pinturas de rolo denominadas por Emaki, a aparecer por volta do Período Edo (1603-1887). Não se sabe a origem deste jogo, mas em alguns países foi usado em cerimónias religiosas.
Entre os japoneses, são as meninas brincam com o jogo do fio (ayatori), mas são muitos os homens de idade, hábeis na construção de diversas figuras
A orgânica e objectivo do jogo são bastante simples. O jogo é composto única e simplesmente por um fio de aproximadamente 90 cm e nas extremidades é dado um nó de forma a ter-se um laço. Para jogar, um jogador posiciona o laço sobre os pulsos e/ou os dedos de ambas as mãos e tenta criar variadas formas e figuras manipulando a corda com os dedos.
O jogo pode ser jogado individualmente ou com outra pessoa. Quando isso acontece ambas as pessoas tentam transferir figuras, intactas, de um para o outro, assim as figuras criadas (o Para-quedas, as Calças, a Barreira, a Evasão dos Dedos) pela corda vão mudando sempre que passa para o outro jogador.
Num jogo a pares, enquanto um jogador segura o fio o outro tenta desenhar uma nova forma, caso não consiga este automaticamente perde o jogo. Este jogo pode demorar imenso tempo, e ao longo do jogo vamos assistindo a figuras verdadeiramente fantásticas. As figuras formadas (o Berço, o Tambor, a Pata de Pássaro, o Rabo de Gato), servem para se contar histórias, cantar canções ou mesmo representar objectos de uso diário.
Autor: Fernando Ferreira