Plarail

Depois do artigo sobre os caminhos de ferro japoneses era inevitável e obrigatório que tivesse que falar de outros comboios japoneses. Estes comboios não andam pelo território, mas andam pelas nossas salas, quartos, garagens ou por onde quisermos que eles andem. Estes comboios são de brincar.

Criados pela empresa japonesa TOMY no final dos anos 50, o Plarail (aglutinação das palavras inglesas play e rail) é um brinquedo ferroviário composto por comboios, carruagens e vagões bem como uma panóplia de linhas em formato de carris, tudo isso feito em plástico.

Aquando do seu lançamento este brinquedo era movido pelas mãos de quem brincava com ele, mas dois anos mais tarde o brinquedo passa a ter mobilidade autónoma através de um sistema de bateria com energia fornecida por pilhas.

Em 1959, a TOMY lança três comboios. O primeiro “set” tinha o nome de “Plastic Railroad Set” e continha uma locomotiva a vapor , três vagões e um sitema de linhas que formavam um 8. Em 1961, a gama deste brinquedo que já fazia as delícias das crianças japoneses e não só foi ampliada e trouxe uma enorme inovação. É a partir desta data os comboios passam-se a mover sozinhos alimentados por uma pequena bateria (pilha). “Electric Plarail Set” foi o primeiro conjunto a ter este sistema e era composto por locomotiva e duas carruagens de passageiros. Esta configuração viria-se a tornar o conjunto básico de todas as versões posteriores e que tinham por base a referência às carruagens de passageiros da vida real.

A aposta da TOMY em replicar os comboios reais para as suas versões em plástico atrai ainda mais pessoas a interessarem-se por este “novo” hobby. O primeiro modelo a ser replicado foi o D51 Kisha (que entre os japoneses tem a alcunha de “DE-GO-ICHI”) e que é provavelmente a locomotiva a vapor mais popular do Japão. Seguem-se depois um sem número de comboios que circulam por todo o país. Incluindo os comboios sub-urbanos da capital japonesa.

A partir desta altura a marca Plarail começa a ser conhecida a nível mundial e a colecção aumenta ainda mais e aparecem novas variantes, tipos de linhas e acessórios para os fãs criarem verdadeiros cenários ferroviários. Aproveitando o sucesso da série de televisão “Thomas and Friends” a TOMY decide fazer uma nova linha de brinquedos baseados na Plarail, mas agora pegando nos personagens, e edifícios da famosa série.

Coincidindo com o aniversário do primeiro comboio a circular no Japão, a TOMY em 1997 decide escolher o dia 14 de Outubro como o dia oficial Plarail. Este dia é comemorado com uma edição limitada. Dois anos mais tarde a marca comemora seu 40º aniversário. Apesar da marcar ser um sucesso ao nível mundial só no seu 50º aniversário é que decide apostar numa loja oficial Plarail que instalou na famosa estação de Tóquio. Ao longo dos anos a marca tem feito parcerias com algumas séries animadas de grande sucesso (Doraemon, Hello Kitty, Pokemon, Kitaro, entre outras) para alargar ainda mais a sua comunidade de fãs.

Em 2011, a TOMY inova com a criação de três novos sistemas: Plarail Advance, que adapta comboios mais peqenos a andar apenas num dos trilhos da linha tradicional, tornando assim ainda mais movimentados os “sets” Plarail; Te-cology, uma gama que dava aos comboios acenderem as luzes sem que fossem necessárias baterias e Big Plarail, uma linha de grandes comboios que incluíam um sistema de microfone para gravar e reproduzir sons.

Actualmente a Plarail conta com mais de três centenas de modelos que podem ser vistos anualmente nas Plarail Expos onde mais de 1.7 milhões de pessoas participam nestes salões de exposições. A Plarail tornou-se ao longo dos anos num ícone da cultura pop japonesa e por esse motivo não foi difícil alguns artistas plásticos japoneses usarem estes comboios nas suas obras e instalações.

Em Portugal este brinquedo não tem muita expressão e é bastante difícil ou diria praticamente impossível encontrar itens à venda, no entanto em algumas das grandes superfícies podemos encontrar algumas coisas da gama “Thomas and Friends”.

Por isso, fãs do Plarail que andam por aí escondidos, uni-vos!

Escrito por: Fernando Ferreira