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Saint Seiya – Legend of Gold Perfect Ed.

Verdade seja dita, para um anime tão célebre, Saint Seiya -Os Cavaleiros do Zodíaco- nunca chegou a ter um jogo à sua altura. Um jogo que explorasse, durante as várias Sagas do anime, a acção das lutas e toda a aventura que os Santos Cavaleiros experimentam na série. Isso não impede, todavia, que não tenham sido já feitos alguns… o carácter de «jogo de acção» sempre foi preterido em favor do lado RolePlay Game (RPG), e no jogo Saint Seiya – Perfect Edition, isso não é excepção.

Neste jogo encarnamos o protagonista Seiya de Pégaso no início da série, isto é, quando teve de defrontar uma montanha de músculos chamada Cassius para obter a sua armadura de bronze. Tal como muitas cenas no jogo, esta parte é completamente automática, ou seja, limitamo-nos a assistir à conversa na noite anterior ao combate com a sua mestra Marin de Águia, à luta propriamente dita e à sua partida para o Japão. E assim começa a aventura, que só termina com a Saga das 12 Casas.

No jogo há 2 modos de acção: um modo horizontal, em que percorremos ruas, casas, quartos e Templos para interagir com personagens e lutar contra os soldados rasos básicos (guerreiros do Santuário), e um modo de luta RPG em que estamos frente-a-frente com um Boss, podemos «escolher» os nossos ataques, e cada um ataca na sua vez (sistema de turnos).

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As grandezas relevantes neste jogo são três: Cosmo, Saúde e Experiência. Pode-se ganhar cosmo no início de certos combates ou, mais frequentemente, lutando contra soldados do Santuário. Derrotar estes ou os principais adversários fornece Experiência. Finalmente, o Cosmo pode ser usado para «trocar» por Saúde, e a Experiência por pontos de Ataque, Defesa, entre outros. Recomendo terem o Ataque uns 3 níveis à frente dos demais, e numa fase inicial mesmo 5 níveis. O nível máximo é 20.

Há também os ataques específicos de Seiya, nomeadamente o seu quase patenteado meteoro supersónico, que podemos usar no modo horizontal pressionando durante uns segundos na tecla respectiva; quando o nosso personagem brilha, salta em frente atacando tudo o que atinge- 2ª imagem da esquerda. Quando o nosso ATK é elevado, podemos derrotar vários soldados rasos de cada vez, o que por sua vez aumenta a experiência, o que permite aumentar o ATK ou as outras grandezas. Por falar nos soldados rasos, cuidado que «ao lado» de um pode vir outro, o que dá a ilusão de ser apenas… um, e não dois (por ser a duas dimensões).

O jogo prossegue com a história, sendo o arrastado (pelo menos no anime…) combate contra os Santos Cavaleiros de Prata reduzido a poucos combates e umas cenas animadas. Segue-se a parte final, nas Casas Zodiacais, onde existem capangas (felizmente!) entre uma Casa e a seguinte. Por fidelidade ao manga/anime, Seiya abandona em alguns combates o protagonismo e controlamos um seu companheiro, um aspecto que podia ser também usado contra os Santos Cavaleiros de Prata, já que os seus ataques podem ser uma autêntica guloseima para os olhos, em comparação com o resto dos gráficos do jogo (última imagem à esquerda, por exemplo)… Outro aspecto engraçado é o pôr-do-sol, que vamos acompanhando entre cada Casa Zodiacal, e que progride para o ocaso, tal como podemos ver no anime.

Curiosamente, este jogo WonderSwan (a consola portátil da Bandai), lançado no Japão a 31 de Julho de 2003, já teve uma versão para NES há mais de 10 anos. Esteve disponível em francês, mas continha algumas diferenças… para começar, a luta contra Cassius não era controlada pelo computador, e tínhamos de dar no duro (a modos que literalmente, considerando os abdominais do nosso adversário)… Regra geral, os gráficos actuais são muito superiores, e incomparavelmente mais animados.

Isto não impede que o jogo tenha vários pontos fracos… a começar pela já fraca falta de adesão à história. Se não podiam alongar o jogo, podiam ter simplificado, optando por fazer uma história semelhante à do manga (o que permitia avançar mais rápido na história), mas a influência Bandai certamente inevitabilizou esta opção; era preciso adaptar o anime. Assim temos a ausência de personagens como Geist, Paeton, Cavaleiros de Aço e muitos Cavaleiros de Prata, sem falar dos Cavaleiros de Bronze menores. Ainda assim, e curiosamente, o final lembra o manga, com o ataque da Explosão Galáctica a fazer a sua aparição nos momentos finais. Outro aspecto relevante é o facto de as batalhas finais não dependerem do nosso poder, simplesmente temos de ser atingidos vezes suficientes para, quando o nosso nível de vida estiver perto do final, a personagem que controlamos lançar o seu ataque derradeiro. Nesse momento já tinha o meu ATK no nível máximo… será que é condição indispensável para que se possa lançar os ataques derradeiros? De outro modo é bastante decepcionante que esses combates sejam tão fáceis… e só requeiram paciência. De uma maneira ou de outra, o jogo tem um final muito pobre.

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Se bem que completo e fazendo jus ao do anime, podiam a seguir pôr uma pequena animação com Seiya… ou umas imagens enquanto se via o nome dos programadores… nada. Fiquei mesmo desapontado, já que o écran inicial está bem feito, e se deram ao trabalho de incluir a música Pegasus Fantasy.

Para concluir, Saint Seiya – Perfect Edition é um jogo que matará saudades aos que o jogaram em 1991, indispensável aos (muitos) fãs da Saga dos Santos Cavaleiros de Atena, mas que não contém nada de interessante ao jogador médio.

E para quem quiser uma dica para obter vantagem no jogo…

…para ganharem muito cosmo num ápice, da primeira vez que forem à Cascata de Rozan, não hesitem: precipitem-se dela abaixo, que logo o vosso cosmo subirá e regressarão ao penhasco onde estavam. Só não tentem isto segunda vez.

Autor:GoldPhoenix

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