Estamos no Japão medieval e os senhores feudais lutam pelo poder sem olharem a meios. Esta é a premissa bastante resumida de Samurai, um jogo de tabuleiro abstracto do estilo controlo de área criado pelo prolífero “boardgame designer” Reiner Knizia. Foi lançado simultaneamente na Alemanha e nos Estados Unidos por Hans im Glück e Rio Grande Games respectivamente.
O jogo tem como temática o Japão feudal e por isso o cenário são as quatro ilhas do Império do Sol Nascente. É um jogo muito semelhante a um multi-dimensional Go: os “tiles” são colocados e influenciam tudo o que está à sua volta.
O tabuleiro é composto por quatro peças que individuais e cada uma delas representa uma das quatro ilhas mais importantes do Japão (Hokkaido, Kyushu, Honshu e Shikoku). Este tabuleiro é construído conforme o número de jogadores: dois jogadores usam apenas a ilha de Honshu (2 cidades, Edo e Akita, aldeias e 6), três jogadores adicionar Kyushu e Shikoku (somando nove aldeias), quatro jogadores adicionar Hokkaido (adicionando uma cidade, Sapporo, e 6 aldeias). Estas peças estão divididas em vários hexagonos terrestres e marítimos.
Os jogadores competem entre si e têm o objectivo de capturar peças dos três grupos diferentes “tokens” que representam a guerra, a religião e as matérias-primas. Existem 13 “tokens” para cada um destes grupos. Estes “tokens” são uma representação de “netsuke” (pequeno objecto esculpido em madeira, marfim ou metal, e atravessado por orificios, usado pelos japoneses como adorno para prender uma pequena bolsa nos quimono) e são bem feitos com bastante detalhe (pelo menos a versão que eu tenho do jogo). Estes “tokens” são colocados no mapa aleatoriamente de forma a preencher o mapa. Contudo existe uma regra que obriga a serem colocados dois “tokens” nas várias cidades e três na capital Edo (nome dado a Tóquio na altura). Assim que o último “token” é retirado do mapa o jogo termina e é feita a contabilidade para saber-se quem é o vencedor do jogo.
Depois de terem sido distribuídos os “tokens” pelo mapa, cada jogador recebe o mesmo número de “tiles” que servirão para conquistar os tais “tokens”. Existem 3 tipos de “tiles”: os que retratam a guerra, religião e matérias-primas com um valor pontual de 2 a 4. O grupo seguinte de tiles retratam um samurai e que têm o valor de 1 a 3 e tem uma habilidade especial de afectar as três classes de “tiles” referidas anteriormente. Em seguida vêm os “tiles” de Ronin e de barcos que também afectam todos os “tokens”, que têm o carácter de samurai marcado no “tile” e que permite ao jogador jogar quantos quiser no seu turno. Estes dão um poder extra e permitindo ao jogador que rapidamente tenha a desejada influência numa determinada região. E por fim, existem dois” tiles” especiais: um permite substituir qualquer “tile” que representam guerra, religião e matérias-primas e outro que permite trocar os respectivos “tokens”, movendo-os de uma área do mapa para outra área.
Os componentes do jogo tem excelente qualidade, como já era de esperar da Hans im Glück: um tabuleiro modelar com um design apelativo, uns “tiles” com boa qualidade e resistentes e uns “tokens” com uma qualidade de detalhe bastante bons. Também o manual do jogo é agradável e não é apenas um pequeno livro a preto e branco, mas sim, um bonito livro a cores com ilustrações.
Em suma, Samurai é um jogo bastante equilibrado e com uma exigência de estratégia q.b.. É um jogo que provavelmente está no meu top 10 não só por gostar da temática (Japão medieval) mas também por ser um jogo fácil de explicar às novos jogadores que querem iniciar e explorar o fantástico mundo dos jogos de tabuleiro.
Autor: Fernando Ferreira