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Shin Megami Tensei V

Para quem procura um bom jogo RPG para a Nintendo Switch, este será sempre uma das minhas recomendações, até porque ele é excelente não só para experientes na franquia, como também é uma ótima porta de entrada para aqueles que se querem aventurar neste mundo sombrio que é o Shin Megami Tensei.

Quem já experimentou seja qual for o jogo da franquia, sabe que por norma, Shin Megami Tensei não é propriamente um jogo fácil. É necessário conhecer todas (ou quase todas) as mecânicas que o jogo possui, de forma a poder completá-lo (dependendo do nível de dificuldade que escolhemos) e essas mecânicas vão variando de jogo para jogo.

Para quem nunca jogou Shin Megami Tensei, eu comparo-o sempre com os jogos de Pokémon, que por norma, a maioria das pessoas conhece. Têm semelhanças por serem jogos de turnos, embora aqui tenhamos um sistema mais interessante, podendo atacar 2 vezes caso o nosso golpe seja critico ou se acertarmos na fraqueza do adversário.

Aqui podemos também “capturar” os demons, muitas vezes tendo que negociar com eles para que se juntem a nós, e cada um tem os seus atributos, poderes e resistências. No entanto, aqui não temos alguns dos sistemas presentes nos jogos de Pokémon, como EV, IV e shinies, entre outras coisas.

Em comparação com os seus antecessores Shin Megami Tensei IV e Shin Megami Tensei IV: Apocalypse que foram lançados para a Nintendo 3DS, aqui temos algumas novas dessas mecânicas que fazem com que o jogo seja ainda mais desafiante e tenha um aspeto renovado, deixo aqui alguns exemplos:

Procurar por Leyline Founts para que possamos guardar o nosso progresso. Sim, este jogo não possui “quick save” nem “auto save”. Além de guardar, é aí que podemos aceder ao sistema de fusão de “demons”, e é também onde podemos pagar para que os nossos “demons” recuperem a vida e mana perdida.

É necessário explorar os mapas e encontrar os vários Mimans (espécie de demons) espalhados pelo mundo, para receber pontos de Glory e poder desbloquear os Miracles, que servem tanto para aumentar o número de “demons” que podemos ter conosco, como também para aumentar o número de habilidades do personagem e dos “demons”, entre tantas outras coisas.

Sempre que terminamos um turno durante a batalha, uma parte da nossa barra de Magatsuhi é preenchida. Assim que essa barra estiver cheia, podemos gastar o Magatsuhi utilizando uma habilidade especial do nosso personagem ou de um dos nossos “demons”. Essas habilidades podem ser Ataques, “Buffs” ou “Debuffs”.

Usar as “essences” de “demons” para melhorar as habilidades e resistências do nosso personagem e dos nossos “demons”. Há uma hipótese de obter estas “essence”s após derrotar “demons”, após um “demon” subir de nível ou podem estar guardadas em “orbs” espalhadas no mapa.

Depois de ter terminado o jogo, a história mostra-nos que ficar do lado dos humanos é uma desvantagem contra as outras fações, e como é difícil escolher um aliado. Leva-nos também a pensar de que lado ficaríamos nós humanos, num mundo apocalíptico com “demons” que lutam também pela sobrevivência e que são vítimas tal como os humanos, e com “angels” que se beneficiam de nós. A história pode ser interpretada como uma referência a crenças religiosas e à criação do mundo.

Dito isto, esta é a parte onde o jogo menos surpreende, tendo em conta os padrões elevados por títulos anteriores não só da franquia principal mas também de “spin-offs” da série, como Digital Devil Saga, Persona 2 e Strange Journey.

Apesar de ter um “lore” bom, a forma como a história é apresentada não agrada a maioria, por vários momentos em que não é perceptível o porquê de alguns personagens desaparecerem da história, e por se centrar em grandes revelações com enormes intervalos de tempo entre elas. Fico com a sensação que a ATLUS deixou as suas melhores ideias no que toca a história para a série Persona que tem vindo a crescer bastante nos últimos anos.

Ainda assim, é de realçar a fluídez com que o jogo corre na Nintendo Switch. Shin Megami Tensei V está tão bem otimizado quanto os jogos das MONOLITH SOFT, que tem sido a minha referência de qualidade gráfica nesta consola, e é notório o investimento da ATLUS no desenvolvimento deste jogo.

Poder apreciar as animações 3D durante as batalhas é algo que já desejava ter visto nos jogos antecessores, ainda na época da Nintendo 3DS, uma vez que já estava presente em outros jogos de turno como Pokémon e Yo-kai Watch, e finalmente está agora presente no Shin Megami Tensei V.

Escrito por: André Martins

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