Ako Shimaki, natural de Chiba, actualmente uma mangaka veterana da revista Shōjo Comic Cheese!, entrou no mundo da manga apenas no ano 2000, publicando uma série de one-shots. É nos seus primeiros trabalhos que encontramos 1/3 no Kareshi, uma manga completamente shōjo, que trata de uma intensa e inesperada história de amor ilustrada com um traço intenso de um perspectiva fotográfica minuciosa, acerca do qual não serei, certamente, a pessoa mais indicada para comentar, embora me pareça ter sido um regalo para a vista.
Rei Fukada é uma rapariga do terceiro ano do liceu que nunca teve um namorado e, como todas as raparigas da sua idade, acredita que, se esperar pelo homem certo, ele virá. Certo dia, nos corredores da escola, é surpreendida por um rapaz que lhe pergunta se lhe pode tirar uma fotografia, ao que ela acede imediatamente. Qual não é o seu espanto quando dá conta de que têm as cuecas à mostra, com um ursinho estampado! O rapaz promete apagar a fotografia se Rei se encontrar com ele novamente. Enquanto a rapariga se questiona acerca das intenções do misterioso rapaz, as amigas pressionam-na para que vá à sala dos mais jovens em busca de rapazes giros, já que ela tinha perdido a sua oportunidade enquanto aluna do primeiro ano por rejeitar qualquer um que se aproximasse.
Chegada a hora do encontro, Rei vê o rapaz a fumar um cigarro a pergunta a si mesma se ele não será qualquer tipo de delinquente. Ele pede-a em namoro e, ao notar um certo receio por parte da jovem, usa-se mais uma vez da chantagem em relação à fotografia. Rei parte, confusa.
Contudo, encantada com o facto de se sentir amada, começa a almoçar com o rapaz às escondidas das amigas, que estranham a sua atitude. Durante estes encontros à hora do almoço, Rei começa a estranhar a pressa do namorado em sair um pouco mais cedo do que o toque para a primeira aula da tarde.
Entretanto, por achar que sempre foi o seu estilo recatado que a tinha impedido de arranjar um namorado, Rei aperalta-se toda para o seu próximo encontro e é aí que o namorado lhe diz que o que veste não lhe faz diferença, para ele, a única razão pela qual Rei nunca tinha tido ninguém devia-se apenas ao facto de estar guardada para ele. É curioso verificar que esta página da manga é a única que tem ilustrações a cores. Finalmente Rei é amada simplesmente por ser quem é.
Um dia Rei vai com as amigas à famosa zona onde se juntam os alunos mais novos e, curiosamente, ouve o seu namorado dizer que não gosta de raparigas mais velhas. Aí parece que todo o mundo de Rei se desmorona.
Será ele, afinal, um rapaz mais novo? E se não gosta de raparigas velhas, porque disse ele que gostava dela? Revoltada, pensando que o namorado andava, afinal, a brincar com ela, decide não se encontrar mais com ele à hora do almoço. Passados três dias, recebe uma mensagem do namorado que volta a chantagiar a rapariga com a história da fotografia em cuecas.
Irá Rei ceder, uma vez mais, à pressão da chantagem? Quem será, então, o misterioso Kogure Yuuya? Quais serão as suas intenções? Apesar de, no final da história, termos uma sensação quase-vazio, de querermos ler mais um pouco, o final supreendente deste one-shot vale esse amargo-de-boca de sabor a pouco.
Escrito por: Joana Fonseca