Os leitores que estão há mais anos neste hobby que é o manga/anime/cultura japonesa de certeza que se lembram dos míticos eventos que a Anipop organizou entre 1999 e 2001 em Sintra. Este ano, a Anipop voltou de cara lavada, já como associação juvenil e num novo local.
Decorrido entre 28 de Outubro e 30 de Outubro na Delegação Regional de Lisboa do IPJ no Parque das Nações em Lisboa e com a estação de comboios a 2 passos de distância, local onde todos os fâs de anime se reuniram para celebrar a cultura japonesa no seu melhor.
Na sexta-feira, o evento pautou-se por uma audiência um pouco diminuta, talvez devido ao facto de muitos dos visitantes terem empregos ou escola que impedia a sua vinda ao evento. Realizou-se o torneio de Videojogos nesse dia, começou a exibição de animes entre outras coisas. Mas passemos para o fim-de-semana, que foi talvez o mais preenchido de sempre.
O sábado era o dia de 60% das actividades realizarem-se, entre elas o Otaku mais Fraco e o Cosplay. As portas abriram-se às 10 da manhã, e rapidamente o evento começou a encher-se de fãs vindos dos mais diversos pontos do país, chegando ao ponto de ser um pouco difícil andar na galeria onde estavam as exposições de desenho, uma máquina de Stepmania (clone de DDR – Dance, Dance, Revolution para PC) e duas bancas de fanzines uma representada pelo site Kabegami (http://www.clubotaku.org/kabegami), a Kzine e outra a Games a GoGo que representava o site Shoottokill (http://www.shoottokill.net/).
Enquanto, as pessoas passeavam-se por estas actividades oferecidas pelo evento, começa noutro ponto das instalações um pequeno concurso intitulado o “Otaku Mais Fraco”, um jogo de cultura animesca em formato de questionário. Este espectáculo proporcionou as espectadores verdadeiros e curiosos momentos de eliminação, usando a velha técnica do Cara ou Coroa utilizada por um dos jogadores para escolher que Otaku deveria ser posto fora do jogo.
Novos fãs continuavam a chegar, enquanto os outros que já por lá andavam divertiam-se, conversavam, reviam velhas amizades e faziam novas. Entre os visitantes estava o sócio-gerente da nova editora portuguesa de manga, Naraneko que dava informações acerca deste novo projecto que desde o primeiro momento teve o apoio da comunindade.
Chegava a altura que muitos desejavam, o cosplay no auditório superou em muito a capacidade limite e muitas pessoas houveram que ficaram a assistir ao concurso em pé. O espectáculo correu muito bem, mesmo tendo em conta que a maioria dos cosplayers não usaram microfone devido a um ligeiro problema técnico. Após uma longa sessão de apresentação de cosplayers, a grande maioria dos visitantes do evento decidiu voltar às actividades que o evento oferecia, as exposições, os jogos, as compras quer de fanzines quer de merchandise ou simplesmente passear pelo evento. Á noite foi possível assistir a uma sessão de Karaoke entre os ainda resistentes visitantes.
No domingo, o dia foi mais calmo, pois 40% dos visitantes do dia anterior não apareceram por diversos motivos, quer pela chuva que caia abundantemente ou então porque viviam longe e tinham de fazer uma (ainda) longa viagem de volta a casa. Apesar do número de actividades de Domingo ser menor, o publico respondeu com um óptimo entusiasmo e grande vontade de participar em todas as actividades desde a exibição de animes até á sessão de encerramento, passando pelas aulas de japonês.
Na sessão de encerramento do evento, o público pode escolher o melhor cosplayer e saber quem tinha ganho os prémios de desenho, do Otaku mais fraco e também do cosplay.
De destacar que além da entrega de prémios também se homenageou o responsável pela cedência do espaço ao qual foi oferecido uma garrafa de Sake (do original e bom) e umas action figures da série que teve mais sucesso em terras lusas, Dragon Ball.
Para um evento que esteve parado durante 3 anos, a Anipop regressou em força e veio-se afirmar como o maior evento de anime e manga em Portugal. Desde já, agradecemos á Anipop por nos ter dado um evento de tão boa qualidade e capaz de fazer corar muitos eventos grandes a nível internacional com entrada paga.
Em jeito de concluão deixamos aqui os pontos positivos e negativos desta Re:Anipop:
Positivos:
– Óptima localização, já que tinha uma estação de comboio mesmo ao lado e não era muito longe do maior interface de transportes públicos de Portugal (Gare do Oriente)
– Salas arejadas e iluminadas.
– Auditório de excelente qualidade e espaço para a exibição de anime e realização dos concursos.
– Localização da Pousada da Juventude por cima do evento, o que possibilitou a vinda de imenso público residente fora da zona de Lisboa.
Negativos:
– Ligeiros problemas técnicos durante os concursos, não devido á organização mas sim ao material que se recusava a funcionar nos momentos exactos.
– A chuva que caiu abundantemente durante os 3 dias de evento, que causou a que algumas actividades tivessem de ser feitas no auditório em vez do anfiteatro exterior.
O Club Otaku deseja a continuação do bom trabalho que a Anipop tem desenvolvido na divulgação da cultura japonesa em Portugal e espera por novas actividades. Ganbatte!
Autor:Bruno Pinto