Segundo consta, este é o manga preferido do Gackt. Portanto, tinha imensa curiosidade em lê-lo. Não fiquei nada desapontada, pois é mesmo o estilo de manga que gosto! Por ser o manga preferido Gackt também lhe dedicou um tema intitulado Asrun Dream.
Mas falemos do manga…
Ash Lynx é o chefe de um gangue de adolescentes com uma relação com a máfia corsega. Eiji é um estudante japonês que se vê em Nova Yorque como auxiliar de fotografia. E quando se conhecem entram numa espiral de toca e foge, escapar, salvar, encontrar, destruir, que se prolonga numa corrida contra tudo e contra todos.
Banana Fish é um shoujo, mas um shoujo muito atípico da autoria de Yoshida Akimi. A história tem muitas características de shounen, como por exemplo os inimigos: cada oponente é cada vez mais forte (se ao início temos um chefe de gangues rivais, acabamos com mercenários do exército anti-guerrilha). Também as cenas de acção são muitas, mas são bastante boas, dada a fluidez das vinhetas e das linhas cinéticas. No entanto, as personagens são tipicamente shoujo, sendo que é dado um grande ênfase às emoções e às relações entre cada uma das pessoas. Isto é um mix muito agradável, que cria um manga extremamente completo em todas as vertentes.
A narrativa que se desenvolve ao longo de 110 capítulos (19 volumes) pode parecer simples à primeira vista, sendo a história principal a da libertação e da fuga. No entanto, existem elementos bastante específicos que são tratados com muita atenção e dedicação, sem deixar uma única ponta solta. São temas que não poderiam ser tratados na televisão, aí está a explicação deste manga não ter anime: temas como drogas e prostituição infantil não são apropriados para mostrar no ecrã.
A arte é típica da época em que o manga começou a ser lançado (1985), com designs de roupa e cabelos muito Duran Duran. Encanta-me. Temos acções muito simples de seguir, aliás, tudo é muito simples. Quase que não existem cenários, mas quando existem estão bastante detalhados. O que interessa realmente não é a acção, mas as partes que a intervalam: as conversas.
Estas conversas são muito intimistas e bonitas, ajudando-nos a compreender a estranha relação de amor-amizade que se desenvolve entre os dois personagens principais. No entanto, o encontro inicial parece ter sido um pouco rápido demais (o que pode ser ignorado se pensarmos que é só fruto da imaginação)
No final temos duas histórias curtas, uma sobre o passado, outra sobre o futuro. Ajudam-nos a aceitar o final que é muito amargo (e quase que chorei um bocadinho). Agora quero comprar o artbook, porque estes tipos têm mesmo muito estilo!
Nunca o Gackt me deixou mal e ainda não foi desta. Manga bom e recomenda-se!
Escrito por: Carol Louve