Um dos filmes japoneses com mais sucesso nestes últimos tempos foi o Battle Royale realizado por Kinji Fukasaku recentemente desaparecido. Apesar de existir uma versão cinematográfica, esta não foi criada de raiz, mas sim inspirado no macabra história de Koushun Takami.
Num fututo não muito longínquo, váriuos países da Asia oriental formaram um novo estado militar: A República Corporativa do Grande Este Asiático. Esta nação, surge devido à forte crise económica do ínicio do milénio, e para combater a Europa. Com um governo bastante similar a uma ditadura fascista, a censura está na ordem do dia.
É neste ambiente que o governo organiza um concurso anual muito educativo e didáctico denominado como “O Programa”. Tudo bem até aqui pensariam vocês. Mas este programa consistia em enviar aleatóriamente para uma ilha deserta uma turma de secundário, com o objectivo de se matarem até que fique um só sobrevivente.
As razões para este programa é o descontentamento do governo face à enorme delinquencia da juventude, que a cada dia que passa assume proporções e níveis históricos. Assim, o “O Programa” pretende ser uma espécie de esclarecimento para esses jovens rebeldes que não trazem nada de bom para a sociedade e a oportunidade para se fazer um estudo psicológico sobre a conduta juvenil, analizando a influência imperialista americana sobre eles. Para participar neste jogo os “eleitos” foram 42 alunos do Instituto Shiroiwa. A batalha pela sobrevivência começa aqui.
Como tinha referido anteriormente, as origens de Battle Royale não são do celuloide, aliás a versão cinematográfica foi a última a ser feita.
Battle Royale é o título da obra-prima do novelista Koushun Takami. Foi publicada em 1999 depois de ter vencido o prémio da Kadokawa Mistery Novel, e rapidamente alcançou as 800.000 cópias vendidas. Mais tarde, começou-se a a publicar na revista Young Chapion da editorial Kadokawa Shoten.
A versão manga aborda de uma forma mais profunda o perfil psicológico dos personagens do que a versão cinematográfica. Aqui, podemos compreender melhor as motivações que afectam o comportamento dos alunos do Instituto Shiroiwa, e também conhecermos mais do seu passado e das relações entre os colegas de turma.
Como é de prever aqui o desenvolvimento da história é muito mais lento que o filme. Enquanto que o filme dura apenas duas horas, o manga é composto por mais de 15 volumes, cada um com mais de 200 páginas. Poderá ser interessante conhecermos os personagens a fundo, mas também pode tornar-se cansativo ao fim de uns quantos volumes lidos.
O trabalho artístico de Taguchi é muito bom. Os personagens são bem desenhados, as proporções físicas são mais ou menos realistas, à excepção das faces, que apresenta o clássico estériotipo dos olhos grandes com muito brilho. Os cenários também estão bem feitos e cumprem a sua função.
Para quem gosta do estilo seinen manga (manga para adultos) Battle Royale é um bom manga e está ao mesmo nível que outros títulos do género (Dragon Head, Gantz), mas não consegue alcançar a espectacularidade do filme.
Recomenda-se primeiramentente o visionamento do filme, e depois se gostarmos, dar-mos uma oportunidade ao manga.
Autor:Fernando Ferreira