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Dorohedoro

O que acontece quando juntamos Steam-Punk, gore, violência, nudez, feiticeiros, demónios e no final despejamos uma dose de influência visual dos Slipknot? Ficamos com Dorohedoro.

O mangá de Hayashida Q foi publicado pela primeira vez em Novembro de 2000 na revista Ikki mas viria a conhecer um historial de publicações atribuladas. Após a referida revista ter visto a sua publicação terminada em Setembro de 2014, o mangá passaria para a revista HiBaNa mas esta acabaria por sofrer o mesmo destino da anterior em Março do ano seguinte. Seria então publicado uma ultima vez na revista Gessan na qual, após 167 capítulos, Dorohedoro (em japonês, ドロヘドロ) finalmente viria a terminar em Setembro do ano passado.

Dorohedoro acontece num universo único e grotesco, no qual as pessoas dotadas com o dom da magia viajam do seu próprio mundo para uma cidade humana chamada Hole, com o intuito de testar as suas magias nos indefesos humanos. No decorrer do enredo seguimos Kaiman, um humano sem memórias e amaldiçoado com uma cabeça de lagarto. Ele e a sua melhor amiga, Nikaido, matam todos os mágicos que conseguem, com o intuito de saber exactamente quem ele é e quem o condenou a tal maldição.

Simultaneamente, seguimos a família de En, um dos mais poderosos mágicos do seu mundo, enquanto estes tentam impedir Kaiman de aniquilar mais membros da sua família.

Um dos pontos fortes desta história é que não tem medo de mostrar todas as diferentes facetas dos seus intervenientes. Enquanto seguimos os personagens representantes das três facções nas suas lutas entre elas, começamos imediatamente a ligar-nos e a envolvermo-nos com todas, acabando sem saber já “por quem torcer”.

Mas o que melhor caracteriza esta mangá é o mundo único e bizarro que nos apresenta, que é acentuado pela sua arte suja e grotesca. E sim, o mundo é negro, mas a história em si nem tanto. Muitas das vezes acaba por ser mais uma comédia negra do que outra coisa, o que não só serve a um fantástico contraste de temas como também ajuda a dar importância aos momentos mais sérios e violentos. A completa loucura de todo o enredo não pára de aumentar à medida que a história avança, culminando num enredo cada vez mais psicadélico e grotesco.

O único aspecto negativo que podemos apontar a este mangá será o facto de alguns dos “reveals” acabarem por ser mais “isto aconteceu por acaso” do que algum “plot twist” incrível. Apesar disso, a história tem reviravoltas suficientes para nos cativar e manter interessados ao longos dos seus 167 capítulos.

De notar no entanto que, muito provavelmente devido às mencionadas transferências entre revistas, o mangá estendeu-se mais do que era suposto. Afinal, que revista quereria adquirir uma mangá destinado a terminar em dois ou três capítulos? Assim sendo, o mangá que era suposto terminar com 20 volumes (por volta do capitulo 137) foi estendido ainda por uns bons 30 capítulos.

Este acréscimo da parte final trouxe pontos positivos e negativos, ou seja, se por um lado temos mais algum tempo para resolver a continuação da história, por outro temos uma batalha final que poderá desgastar o leitor, visto que a última luta acaba por ser mais de um terço de Dorohedoro.

No entanto, mesmo tendo em conta as poucas falhas apontadas, penso que se trata com toda a certeza de um mangá que deverão ler, caso algum dos detalhes aqui referidos vos tenha chamado a atenção. O anime já foi confirmado para os que preferirem essa “plataforma visual”, mas não vos garanto uma adaptação fiel.

Escrito por: Pedro Cabrita

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