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K

Em poucos anos Jiro Taniguchi alcançou o estatuto de um dos grandes mangaka de maior exito na Europa, especialmente em França e Espanha onde as suas obras estão praticamente todas traduzidas. Em Portugal, apenas conhecemos “O Homem que caminha” lançado pelo jornal Correiro da Manhã inserido na colecção Série Ouro, Os Clássicos da Banda Desenhada.

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Baseado no argumento de Shiro Tosaki (Astro kyudan, Zero the man of criterion), K ou Ka é um conjunto de cinco histórias independentes, mas que tem um misterioso alpinista de quem não se sabe a sua origem ou nome real, embora se suspeite que seja japonês como personagem central de todas estas histórias.

O seu sentido de orientação, sua extraordinária perícia como escalador faz com que seja muitas das vezes requisitado para servir de guia pelas montanhas dos Himalaias, tornando-se assim num mito entre os habitantes das redondezas. Os seus serviços inluem resgates em situações extremas não são cobradas, ou seja, não trabalha por dinheiro.

Ele vê na montanha não só um repto pessoal mas também uma forma de fazer parte dessa Natureza. Desta formação de todo este “modos vivendi” aprendeu com as tribos da zone e da sua observação do comportamento animal para escolher as dificuladades da montanha. Ao longo de 5 cinco capítulos vamos acompanhando os desafios mais duros, a luta pela sobrevivência e a superação pessoal a que as montanhas com mais de 8000 metros obriga.

Taniguchi e Tosaki transmitem-nos brilhantemente através da figura do personagem, a força dos elementos à mercê da qual os homens são meros fantoches nas mãos da Natureza e dos deuses.

O estilo de desenho é o tipico de Taniguchi. Em K houve a suavidade das linhas que o caracteriza, mas também houve muitos mais traços curvos para criar um efeito sombreado e de volume para nos mostrar uma sensação mais realista e de tensão em que se encontram os personagens na maior parte do tempo. Destaca-se também o desenho das montanhas que é de um realismo quase fotográfico.

Por outro lado, Tosaki tem grande habilidade no domínio do ritmo narrativo transmitindo com facilidade a sensação de emoção e aventura na obra. Também o caracter rigoroso da descrição dos diferentes metódos de escalada necessários para cada situação faz deste K quase um manual de alpinismo para situações extremas.

Apesar de não ser um dos títulos essênciais da obra de Jiro Taniguchi, K é uma obra que merece alguma atenção por parte dos fãs deste autor.

Escrito por: Fernando Ferreira

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