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Tóquio Zombie

Nestes últimos tempos, o mercado editorial de mangá em Portugal tem vindo a aumentar e o mais interessante neste aumento é a variedade de títulos que vão do shounen mais comercial ao mangá mais alternativo e adulto.

Um desses títulos mais alternativos é este Tóquio Zombie, um mangá publicado pela Sendai, a editora com o catálogo mais alternativo em Portugal e que nós (Clubotaku) damos os parabéns desde já pela ousadia e risco de editar obras deste tipo no nosso país.

Mas voltemos a Tóquio Zombie, um mangá de apenas um volume desenhado e escrito por Yusaku Hanakuma. Este mangá foi inicialmente produzido para a revista japonesa AX, entre os anos de 1998 e 1999, e insere-se no estilo “heta-uma” que poderíamos traduzir selvaticamente como “é tão mau que dá a volta e fica bom”.

Tóquio Zombie é um mangá de terror sobre dois trabalhadores fabris e especialistas em jiu-jitsu que lidam com uma revolta de zombies na capital japonesa. Quando a história começa, Fujio (Afro) e Mitsuo sonham em treinar artes marciais no Ocidente e tornarem-se famosos. Depois de matar acidentalmente o seu chefe autoritário, Fujio e Mitsu decidem ir enterrá-lo numa montanha de lixo artificial conhecida como Dark Fuji, onde toneladas de lixo podre foram contaminadas com resíduos industriais que, naturalmente, transformam os corpos dos mortos em zombies.

Fuji e Mitsuo fazem o possível para sobreviver nesta nova paisagem caótica e desesperante, mas a infeliz dupla separa-se após um erro idiota envolvendo batatas fritas e um cachorro de rua. Alguns anos depois, a Tóquio pós-apocalíptica tornou-se uma sociedade feudal, na qual os ricos escravizaram as classes mais baixas e criaram combates mortais de gladiadores, colocando zombies contra escravos, e Fuji e Misuo voltam a encontrem-se.

Graficamente o desenho de Yusaku Hanakuma é bastante alternativo para o que costumamos ver nos mangás. Tudo em Tóquio Zombie é desenhado com uma linha trêmula e desarticulada, em que o autor não tem qualquer pretensão de realismo anatómico. É um estilo de desenho que possivelmente não agradará à maioria do público que consome mangá no nosso país. O desenho de Hanakuma tem uma estética ultraviolenta com uma crítica social subtil como nos filmes de Sono Sion, ou em projectos musicais como os Gerogerigegege.

Em Portugal, Tóquio Zombie teve direito a uma edição dupla. A “original” pela Sendai editora e depois uma edição de apenas 200 exemplares pela Chili com Carne, que pertence à coleção RUBI.

Se gostam de zombies, luta livre profissional e/ou artes marciais, humor completamente non-sense, e não se importam com sangue e conteúdo sexual, então Tóquio Zombie é o título que vocês tem que ter em casa e lê-lo imediatamente.
Altamente recomendado!!!

Escrito por: Fernando Ferreira

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