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Akira Yamaoka – iFUTURELIST

Congratulem Akira Yamaoka, com êxtase, que o compositor lançou o seu primeiro álbum individual, isto é, que não tem relação com um dos videojogos pelos quais se tornou conhecido. É só dele e é dele que vem esta majestosa quantidade de novo som, tão fresco quanto experimental. E desenganem-se os que esperavam algo parecido com o que tem feito para os famosos videojogos de horror Silent Hill, da Konami, pois no máximo poderão encontrar semelhanças com as suas contribuições à longa “saga” Beatmania.

Poderá parecer um álbum pouco coerente, depois de ouvirem a disparidade das músicas que o compõem, mas acaba por fazer todo o sentido se se apreciar a totalidade das faixas na sua ordem natural. É uma viagem pelo reino do novo, é uma viagem pelo futuro.

Acautelem-se os mais conservadores, este não é um álbum fácil. Depois de muitas batidas (literalmente) na vossa cabeça, ao ouvirem iFUTURELIST, o mais provável é que comecem a apreciar a música de outra forma. Até lá, passarão pelo “pimba-psicadélico” e o “pop-alucinado”, havendo, contundo, lá para o meio do álbum, uma música dentro dos padrões conhecidos, também ela perfeita.

A incursão pelo mundo dos videojogos, permitiu a Yamaoka obter domínio nesse campo, apresentando-nos ritmos, batidas e melodias típicas desse mundo, sobretudo da era 16-bits e dos sempre presentes jogos arcade. Diria também que se trata de um género bastante experimental, mas ao mesmo tempo muito estudado. Akira chegou ao futuro e não tenho qualquer dúvida que nesse tempo distante, esta seja a música que se vai ouvir. Talvez seja do choque de ouvir algo tão diferente, fresco e bom, mas creio no que digo. Mesmo que tenha umas certas reminiscências aos anos 80 ou 70, aqui se comprova que o futuro se obtém analisando o passado.

As faixas do álbum que mais gostei quer pela combinação inteligente de estilos, quer pela perfeita harmonia entre a qualidade do instrumental com o vocal, foram sem dúvida a 2 – Love Me Do e a 5 – Injection of Love. Talvez por causa da voz feminina, pois a faixa 3, que dá nome ao álbum, encontra-se dentro do mesmo “género” das anteriores, mas é cantada pelo Yamaoka. A melodia é fantástica, realmente, mas ainda não estou adaptado a ouvir aquele “cantar desafinado”. Nesse aspecto, talvez esteja “à frente” de mais.

Também merecedora de destaque é a, já referida, música mais normal, a faixa 7 – Maria. Marca o meio do CD e chega a espantar pela sua diferença em relação às outras músicas, utilizando-se violinos e violoncelos para criar uma triste balada. Logo depois uma das músicas com voz masculina que mais gostei, faixa 8 – Adjust Rain, bastante dark. A viagem continua para parar uns (bons) 12 minutos a ouvir duas vezes a faixa 16 – Showa-era Corporate Warrior Section Chief Arayama LOLITA ON BREAKS MIX.

Termina então com uma espécie de demo cantada pelo compositor, a genial faixa 17 – LOVE SYSTEM 7.5.5.
Autor:Sérgio Moço

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