Os Dir en Grey são uma das bandas Japonesas mais famosas no mundo inteiro. Este ano, resolveram finalmente sair da sua redoma no oriente e rumar aos palcos ocidentais. Escolhendo a europa como palco no dia 29 de Maio de 2005, os Dir en Grey actuaram em Berlim perante 3.500 fãs totalmente histéricos.
Mas serão os Dir en Grey assim tão conhecidos? É uma banda sem qualquer tipo de tempo de antena fora do Japão, sem qualquer tipo de promoção via radio ou em revistas e da qual qualquer um dos seus albums está apenas diponível em versões de importação. Antes do concerto no Columbiahalle nem um poster, nem um cartaz foi visto a publicitar o evento e, no entanto, foram necessários apenas 3 dias para os bilhetes esgotarem.
Foi uma experiencia alucinante. À chegada ao recinto deparei-me com uma multidão enorme, mesmo faltando ainda 3 horas para a abertura das portas. Milhares de pessoas aguentaram firmes horas a fio, com um olho nas portas e outro na garrafa de água, sob um sol que fazia o chão transpirar. Não pude deixar de reparar também noutro elemento comum: o visual. Apesar de serem nitidamente pessoas diferentes a vários níveis como por exemplo a nacionalidade, a verdade é que tínhamos todos aquele aspecto de fã de j-rock. Muita gente com cores não naturais de cabelo, roupas extravagantes, Lolitas, cosplayers, toda uma panóplia de estilos.
Passadas as três horas de espera, com a ansiedade a aumentar abriram-se as portas. A vontade de ter um bom lugar para ver a banda era tanta que, aquilo que devia ser um processo simples e civilizado, rapidamente se tornou um verdadeiro inferno. Empurrões, calcadelas e insultos, tudo serviu para tentar chegar à frente o mais depressa possível.
Uma vez lá dentro fomos todos obrigados a ficar sentados no chão para sermos mais facilmente supervisionados. Porém, após 30 minutos desta espera, alguém se levantou e não mais conseguiram manter o público sentado. Sentiram-se então empurrões de um lado para o outro do recinto que fizeram com que algumas pessoas perdessem os sentidos mesmo antes do espectáculo começar.
As luzes apagam-se e vemos shinya, Die, Toshiya, Kaoru e finalmente Kyo a entrar em palco. Estava totalmente louco, tal como os fãs que continuavam aos gritos desde o momento em que o primeiro membro entrou na sala.
ALINHAMENTO:
Merciless Cult + C + Saku
(Primeira Pausa. Muito curta)
Jesus Christ R’N R + Machiavellism + GARBAGE
THE FINAL + Kodoku ni shisu, yue ni kodoku + dead tree
(Segunda Pausa. Curta)
Itoshisa Ha Fuhai Nitsuki + Higeki Ha Mabuta Wo Oroshita Yasashiki Utsu
(Terceira Pausa. Longa)
audience KILLER LOOP + THE IIID EMPIRE + Beautiful Dirt + MR. NEWSMAN + Spilled Milk + Kodou
(Quarta Pausa. Longa)
ENCORE I
Shokubeni + OBSCURE + INCREASE BLUE + CHILD PREY
ENCORE II
Byo [ ] Shin
O alinhamento foi muito bem conseguido. Tocaram pedaços do album que dá nome à tournée – “Withering to Death” – , melodias antigas e eternas como a “MR. NEWSMAN” e ainda as poderosas músicas do “Vulgar”. Uma tracklist forte que puxou pelo público do início ao fim. Foi sem dúvida uma aposta inteligente!
O concerto foi a melhor experiência da minha vida do género. Foi também o espectaculo mais violento a que fui tendo aproximadamente 350 fãs desmaiado maioritariamente no inicio do concerto.
Um facto que espantou a imprensa e provavelmente os Dir en Grey foi quase toda a gente saber as letras de cor e cantar com a banda naquela que não é de todo uma língua banal, antes pelo contrário. O que leva então a um amor tão grande? A qualidade da banda, sem dúvida. Quer seja ao vivo ou no estúdio, como japoneses que são, tudo é feito com rigor e o mais próximo do perfeição possível. O som estava impecável, a iluminação era boa e a sala também era aceitável. Em termos de pontuação negativa: a má circulação do ar e inexistência de ar condicionado (razão pela qual tantas pessoas desfaleceram).
Um concerto com uma duração de 2 horas e meia deixa marcas de uma vida em 3500 pessoas naquela noite.
Autor:Joana Bárbara