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[Entrevista] : Tempura

Surgiram em 2006 por mera brincadeira e desde então o sucesso tem aumentado. O gosto pela cultura japonesa e animação levou-os a criar este projecto. Aqui fica a entrevista… que fizemos aos Tempura.

Como surgiu a ideia de fazerem uma banda de covers de anime?
O Kenshin e o Pancadas já tocavam entre si, quando a ideia surgiu, por brincadeira. O Kenshin tomou a iniciativa e falou com o Pancadas, que aderiu. Posteriormente, contactaram a Meruru pois já a tinham ouvido num karaoke. Aceitou a proposta e assim nasceu a banda. A ideia inicial era simplesmente fazer um concerto de músicas de anime num evento, algo giro e diferente, mas acabou por superar as expectativas e evoluir.

Penso que a pergunta é inevitável. Para tocarem versões de séries de animação, têm de gostar de anime, não é? Quais as vossas séries preferidas?
Todos nós temos vários títulos que nos marcaram, mas, abreviando:
Bruno (Pancadas): Fullmetal Alchemist, Dragon Ball, Naruto…
Vítor (Kenshin): Dragon Ball, Rurouni Kenshin, Captain Tsubasa, Berserk…
Inês (Meruru): Rurouni Kenshin, Versailles no Bara, Shoujo Kakumei Utena, Honey & Clover…

Como é que escolhem os temas que tocam? Escolhem as músicas das séries que gostam, ou pela música em si?
Tentamos conciliar esses dois factores. É mais comum escolhermos a música pela música em si, mas também existe a preocupação das séries. Outros factores de selecção costumam ser também o grau de complexidade da música – músicas mais complexas são mais desafiantes e, geralmente, dão mais gozo tocar – e, até, o facto da música existir em português, ou não. Vamos buscando algumas músicas mais antigas e também recentes.

Algumas das músicas são cantadas em japonês. Falas japonês e há quanto tempo andas a aprender?
Nenhum de nós sabe japonês. Sabemos, no máximo, algumas palavras ou frases soltas que aprendemos com o nosso contacto com a língua. Quando cantamos em japonês, ou decoramos ou lemos a letra, por isso a cábula é sempre indispensável.

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Por falar em japonês, o vosso nome da banda, apesar de ser um nome japonês, a palavra “original”, vem do termo português “tempero”. Porque é que escolheram este nome para o vosso projecto?
Parte da resposta está já incluída na pergunta. Ao escolhermos o nome da banda, sabíamos que a palavra tempura, apesar de ser japonesa, tinha origem portuguesa. Nós, sendo portugueses, tocamos música japonesa, o nome faz todo o sentido.

Já vos vi ao vivo e senti que o público reage bem aos Tempura, em especial quando vocês tocam temas cantados em português. Desde que iniciaram este projecto qual é o balanço que fazem?
O balanço é surpreendentemente positivo. Quando começámos, não nos imaginávamos a ir tocar a Aveiro, lançar um álbum virtual com tão elevado número de downloads ou ser aplaudidos por mais de duzentas pessoas… Como já referimos, o projecto inicial da banda era para ter apenas um concerto de vida, mas o público reagiu tão bem, que continuámos. Desde então, ao longo deste ano e meio de existência, a banda tem estado num constante processo evolutivo, com cada vez mais pessoas a assistirem aos nossos concertos. Este último (durante a Anipop 2007) foi o auge, em termos de público e prestação. O nosso percurso tem sido uma agradável surpresa constante e, grande parte disso, deve-se à reacção que o nosso público tem tido. Quanto à reacção mais positiva aos temas cantados em português, é normal, pois é uma língua com a qual todos estamos familiarizados e podemos cantar, ao passo que, em japonês, poucos sabem a letra de cor, para nos acompanhar.

E como tem sido o feedback dos fãs de anime? E das pessoas que vos ouvem e que não são muito ligadas ao Japão?
O feedback dos fãs de anime tem sido bastante positivo. Ao vivo, por vezes há mais aderência e por vezes há menos, mas o saldo geral é bastante positivo. Da nossa parte disponível na internet (mp3 no site, álbum, vídeos…), temos recebido bastantes comentários, com felicitações, elogios, encorajamentos e sugestões, alguns deles até em português do Brasil. Chegámos a ser, inclusivé, elogiados pelo Ben Henderson, o guitarrista dos Boa, a banda que tocou o tema Duvet, opening do anime Serial Experiments Lain, pela qualidade da nossa cover do mesmo tema!
Apesar de sermos um projecto para um público muito fechado, têm havido pessoas que não estão especialmente ligadas ao anime nem ao Japão que têm reagido bastante bem ao nosso projecto. Muitas dessas pessoas são família e amigos, mas já chegámos a receber feedback de pessoas ligadas à rádio, que nada têm a ver connosco nem com o Japão e que adoraram o nosso trabalho! A música é, de facto, universal.

Numa altura em que cada vez é mais fácil de editar quer seja pelas chamadas netlabels, quer pela facilidade de fazerem uma edição de autor já pensaram em editar um álbum com os vossos temas?
Temos dois factores extremamente adversos à edição de um álbum, que é, o facto de sermos uma banda de covers e do público-alvo ser extremamente limitado. Por termos a plena noção deles, nunca pensámos em editar um álbum. Lançámos, no entanto, uma compilação virtual dos nossos temas, que está disponível no nosso site.

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E temas originais cantados em japonês já alguma vez vos passou pela ideia?
Não. Somos uma banda com uma identidade bem definida, fazemos covers e não temos espaço para originais, muito menos em japonês, visto sermos portugueses. O que já nos passou pela cabeça, foi cantar músicas traduzidas para português, como fizemos com a opening de Excel Saga.

Ainda sobre música japonesa. Quais são os vossos artistas ou bandas preferidas?
Kenshin : The Pillows, Bonnie Pink, L’Arc-en-Ciel, Fantastic Plastic Machine…
Pancas : X Japan, genéricos de Animes.
Meruru : Bonnie Pink, Shiina Ringo, Tokyo Jihen…

Mas nem só de música vivem vocês. Além de tocarem nos Tempura, como é que ocupam os vossos tempos livres?
Kenshin : Costumo ocupar o meu tempo livre com outros projectos meus (como tradução e edição de manga), cinema, fotografia e futebol.
Pancadas : Com projectos pessoais e actividades lúdicas (desenhar, tocar, ver animações, jogar, estar com amigos/namorada, etc…)
Meruru : Subscrevo! Gosto, especialmente, de cantar, ver filmes e séries, ler e jogar videojogos, no meu tempo livre.

Projectos para curto e médio prazo.
Projectos para curto prazo, temos um possível segundo álbum e uma ou outra eventual proposta de concerto. A médio e longo prazo não temos nada, temos ido sempre ao sabor da corrente e é assim que continuaremos.

Uma mensagem para os leitores do ClubOtaku e todos os fãs de música japonesa e não só.
É em grande parte devido ao apoio dos fãs de anime e música japonesa que temos continuado, por isso apenas vos temos a agradecer: “YOU wa SHOCK!”. Se não provaram Tempura, provem, e já agora ouçam também. Que venham mais animes com músicas boas, e que o ClubOtaku dure muito tempo!

Para saberem mais informações ou ouvirem as músicas dos Tempura podem visitar o site oficial em: http://tempura.mangapt.net/
Escrito por: Fernando Ferreira

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