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[Entrevista] : YeYe

Com uma voz melodiosa e cativante, YeYe vai conquistando o público japonês com a sua música. Amiga de portugueses e de Portugal, a jovem cantora lançou o disco no final do ano passado (2011) e quer conhecer o nosso festival de chocolate em Óbidos e cantar em Portugal. O Clubotaku esteve à conversa com ela para falar da sua música e não só.

Como nasce a música na tua vida? Que capítulos consideras essenciais para a evolução do teu projecto YeYe até aos dias de hoje?
Os meus três irmãos tocavam vários instrumentos, por isso, desde que me lembro eu estou rodeada por instrumentos. Naturalmente comecei a aprender guitarra, e a pouco e pouco fui-me apaixonando. No entanto, o momento mais importante que tive relacionado com música, penso que foi quando conheci as pessoas da editora à qual eu agora pertenço.

Como é que se construiu este disco do seu inicio ao seu fim? A escolha dos poemas, a criação da música, os arranjos e os instrumentos…
As músicas presentes neste álbum são, na sua maioria músicas que eu fui tocando nos concertos. O conceito inicial foi precisamente a ideia do “self-made”, ou seja, fiz praticamente tudo, incluindo a escolha dos instrumentos.

No teu disco de apresentação tem o temas “Buddy Holly” dos Weezer. Porque escolheste este tema para fazeres uma versão?
Esta foi a primeira música estrangeira que ouvi, apresentada por um dos meus irmãos. De uma forma ou outra acabou por ficar na cabeça, e quando um dia descontraidamente a tentei tocar apercebi-me que o conseguia fazer. Daí a tocá-la nos concertos, e mais tarde incluí-la no álbum, foi uma evolução natural.

Quanto tempo demoraste a criar o disco? Houve alguma etapa que tivesse sido especialmente complicada?
Desde a etapa da composição das músicas, e incluindo a gravação, mistura, masterização, impressão e a combinação de tudo isto no produto final, penso que terá passado pouco mais de um ano. Como desta vez fiz tudo sozinha, das letras à música e tudo o que era necessário para as actuações, o mais complicado para mim foi essa etapa da composição (como fazer as partes de bateria e baixo nos concertos, por exemplo). O facto de ter sido a primeira vez que passei por todo esse processo só dificultou as coisas. Mas quando as gravações acabaram e ouvi o resultado final, fiquei com uma sensação de realização pessoal que me fez pensar que todo o esforço valeu a pena.

Desde que lançaste o teu primeiro album, tens feitos concertos? Como tem sido a aceitação do público?
Tive duas actuações há dois meses, em festas de lançamento do álbum realizadas em Tóquio e em Quioto. Tive a sorte de contar com a presença de muitas pessoas que me dirigiram muitas palavras de apreço. Mas ainda estou no início e tenho muitas coisas para falar e fazer, gostava de visitar vários lugares e ir crescendo dia após dia.

Ainda falando de música. Existem alguns projectos musicais japoneses de que gostes realmente?
Ultimamente tenho ouvido mais música estrangeira e, por isso, não tenho ouvido tanta música japonesa quanto isso, mas há uma banda de raparigas muito muito fixe chamada Sukaato no Naka (スカートの中)que recomendo! Gosto muito delas, as actuações delas têm uma energia de envergonhar os rapazes, e apesar de ainda não ter tido uma oportunidade de as ver quero vê-las brevemente.

Como é que vês a música que é feita neste momento no Japão?
Hoje em dia, as “idols” parecem estar na moda no Japão e estão a surgir tantos grupos que não os consigo contar. Não tenho grande interesse nas “idols” em si, mas impressiona-me vê-las sempre com um sorriso mesmo quando estão cansadas, e apesar de serem tão novas. A energia que elas têm é surpreendente!

Para além da música, quais são os teus hobbies?
Gosto da internet. Ultimamente têm surgido muitas redes sociais, e com a difusão dos smart phones fico com a sensação de termos mais tempo que antigamente para interagir na internet. Além disso, também gosto de ler livros, apesar de ser lenta a fazê-lo. Gosto do Haruki Murakami. Ultimamente também ando com o vício de fazer cheesecake. Vou esforçar-me ao máximo para que um dia me chamem “senhora do cheesecake”. (risos)

Sei que tens amigos portugueses, eles falaram-te sobre Portugal? O que sabes sobre o nosso país?
Não sabia muito sobre Portugal, mas aproveitei a pergunta para fazer uma pesquisa e parece que está a acontecer um festival de chocolate. Adoro chocolate, por isso fiquei com vontade de visitar esse festival um dia. Também me vêm à cabeça imagens de ruas e edifícios lindos.

Se algum dia visitares os teus amigos portugueses poderemos ver um concerto teu aqui em Portugal?
Sem dúvida! Caso surja uma oportunidade para tal, adorava actuar em Portugal.

Uma última mensagem para os leitores do ClubOtaku.
A todos os portugueses, muito prazer! Fico muito contente por me terem dado esta oportunidade para falar com vocês. Um dia quero visitar o vosso país e aí actuar, e quando esse dia surgir espero que se venham divertir connosco. Obrigada!

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