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Koto

Treze cordas esticadas ao longo de treze “pontes” movediças sobre uma caixa de ressonância.feita de Kiri (madeira tradicional do Japão) formam o Koto, um dos instrumentos musicais mais populares no Japão.

Vivia-se o período do Imperador Kinmei (século VI) quando o Koto foi trazido para o Japão por músicos chineses. Nessa altura o instrumento ainda era chamado de Kin-no-Koto. Por volta do século X, começaram a aparecer os primeiros reportórios para o instrumento.

A presença do Koto em outras formas de arte são bastante frequentes como é o caso da literatura japonesa desde a antiguidade. Nos Contos de Genji (Genji Monogatari de Murasaki Shikibu 978-1016) o Koto aparece em diversas passagens. O príncipe Hikaru Genji, personagem principal dos conto mantinha dialogos musicais com Lady Akashi quando esteve exilado. Também nos Contos de Heike (Heike Monogatari), a amada do imperador, Kogo, foi descoberta no seu esconderijo pelo som de seu koto.

Mais tarde no período Edo (século XVII), o sookyoku era uma forma de entretenimento para as classes mercantes ricas. É por esta altura que aparece um estilo diferente de interpretar a arte do koto, e em 1664 foi impresso o primeiro livro de partituras das principais músicas de Yatsuhashi Kengyo (o criador do estilo Yatsuhashi Ryu e das afinações mais tradicionais), Rokudan no Shirabe, Hachidan no Shirabe e Midare, que ainda hoje são executadas.

Neste século ainda houve a popularização do instrumento como acompanhamento de dança e como conjunto formado juntamente com Shakuhachi e Sangen, outros dois intrumentos tradicionais japoneses.

No início deste século houve a popularização do koto principalmente pelas mãos de Michio Miyagi que decidiu dar novas sonoridades ao koto introduzindo elementos ocidentais na composição de músicas japonesas. Além disso, criou variedade de koto como por exemplo o Jushichigen (17 cordas), Nijusangen (23 cordas), Sanjugen (30 cordas) e o Hachijugen (80 cordas) que tentava imitar as sonoridades e capacidades do piano.

O koto é tocado com uma espécie de unha de marfim no polegar e nos primeiros dois dedos da mão direita, a mão esquerda é usada para aplicar a pressão sobre as cordas. Inicialmente feitas de seda, hoje em dia a tradicional seda foi substituida pelo nylon. As cordas são afinadas através de trastes móveis, que permitem a mudança de afinação durante a execução da música.

Existem três tipos diferentes de obras clássicas na execução do Koto: o Danmono (peças instrumentais), o Kumiuta (peças cantadas e tocadas apenas pelo músico de koto) e Tegotomono (peças de canto intercaladas por partes instrumentais acompanhadas por outros dois instrumentos tradicionais japoneses o shamisen (instrumento de cordas) e shakuhachi (flauta japonesa de bambu).

Ainda hoje o koto continua a ser um dos mais populares instrumentos musicais tradicional japonês por isso é bastante usual que meninas em idade escolar aprendam a tocá-lo, muitas das vezes preterindo instrumentos mais “clássicos” como o piano ou violino.

Autor: Fernando Ferreira

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