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Namie Amuro – Queen of Hip Pop

“Queen of Hip Pop” é o 6º álbum original de Namie Amuro, lançado no dia 13 de Julho de 2005 sobre a direcção da editora Avex e é considerado, comercialmente, o seu álbum mais bem sucedido em 5 anos. Querem saber as razões? Então leiam a análise e entrem no mundo da rainha do Hip Pop.

Para começar, se lerem bem, o título não é Queen of Hip Hop, mas sim “Queen of Hip Pop”. Isto porque o termo Hip Pop se aplica perfeitamente à situação de Namie que se encontra numa fase de transição entre a sua imagem Pop para uma nova imagem mais R&B e Hip Hop. Namie queria criar um álbum que tivesse um resultado profundo quando tocado em concertos e em actuações ao vivo, e o resultado foi uma mistura de hip hop, R&B, POP, e dance. É mais difícil fazer boas baladas do que canções mais rápidas, por isso é que este álbum é tão bom: em 12 canções tem apenas uma balada.

“Queen of Hip Pop”, partilha o mesmo nome que o título do álbum e dá-nos uma amostra de como este será. Vibrante e com muitos sons que nos viciam desde o primeiro momento. Este tema começa de uma forma interessante e pessoal, ouvindo-se Namie a dizer de trás para a frente “Queen of Hip Pop”. A melodia é introduzida por um bater de palmas e contém instrumentos que fazem lembrar das nossas tão bem conhecidas músicas pimba. Não a melodia é si, mas apenas os instrumentos de certas partes da canção, pois esta tem claramente um estilo R&B/dance. O interlude é uma boa pausa na canção, revelando-nos que mesmo as rainhas se podem sentir sós: “Sim, é verdade que até mesmo uma rainha se pode sentir só/ Mas eu sempre estive por minha conta, e tu também/ Confia em ti mesmo”.

A seguir temos “Want Me Want Me” que é das tracks mais provocantes do álbum. De facto, se lerem a letra podem verificar que Namie não poupou esforços em afirmar-se sexy e mesmo sexual. Uma das primeiras frases que ouvimos é:”És demasiado impaciente com o botão da minha camisa” o que nos leva a pensar nas segundas intenções (óbvias) que se escondem. Mas esta não é uma típica e aborrecida canção para dançar. De facto, apesar de o Bango (penso que é um Bango, mas também poderá ser algum outro instrumento arábico) se repetir constantemente, a melodia entra de imediato na nossa cabeça, afirmando-a como a sua nova casa (lol, para quem tiver mais imaginação). Também estão presentes influências Reggaton, mas a voz de namie tem muito mais classe do que a maioria das cantoras que ouvimos em música Reggaton, dando uma maior personalidade à canção.

“WoWa” é das minhas tracks preferidas do álbum. Apesar de ser uma canção Pop, a sua melodia está muito bem estudada e tem muitos sons interessantes. Por exemplo, a primeira coisa que ouvimos na sua abertura é os passos de uma marcha militar acompanhados por um simples assobio, que vai servir de base para a canção. De repente, vozes começam a cantar “Wo Wa Wo Wa” enquanto Namie diz algumas palavras e assim começa o vício de “WoWa”. Os versos têm uma boa melodia, sendo sempre acompanhados pelo assobio, um bater de palmas, algumas batidas, e strings, mas o melhor de tudo é o refrão que é altamente contagiante. Para além dos “instrumentos” atrás citados, entra agora outro sample que dá mais força ao refrão e vocais de fundo mais audíveis. O refrão centra-se sempre à volta da expressão WoWa: “Diz Wo Wo Wa Wa, Diz-me onde está o WoWa, Ponham as mãos no ar WoWa (…)”, e apesar de as letras parecerem um pouco infantis, são compensadas por toda a melodia. Principalmente depois do interlude, composto por um rufar de tambores, são adicionados instrumentos de samba brasileira que complementam os atrás mencionados na perfeição. É uma canção louca para se ouvir bem disposto. Para além disso vejam o videoclip em que Namie aparece a dançar sobre patins, com ponpons e acompanhada pela Pantera Cor-de-rosa. Um óptimo single de Verão.

“I wanna show you my love”. Um título muito directo para uma boa canção onde ela pretende afirmar o seu amor pelos seus fãs. Ela não quer saber dos boatos inventados sobre ela e sobre o que as más-línguas dizem dela; Namie apenas quer cantar e dançar para os seus fãs. E é isso mesmo que o refrão que abre a canção diz. Os vocais de fundo estão no seu melhor aqui, sendo realçados no refrão. O ritmo hip hop é de fazer inveja aos melhores rappers e produtores americanos e Namie, apesar de esta canção não ser das mais difíceis de cantar, fá-lo na perfeição e com estilo.

Tudo em “Girl Talk” é claramente R&B: a melodia, a voz, a letra. É uma canção mais calma e menos interessante que as atrás referidas, mas os violinos (que parecem ser tocados de trás para a frente), acompanhados pelo ruído d um velho Vinil, prendem-nos a atenção (nem que seja por uns momentos). O resto da canção e a letra, com referências a “Sex & The City” e “Thelma e Loise”, não são muito marcantes, sendo mesmo um pouco cliché: “Girls just wanna have fun”.

“Free”. Não, não é uma balada, muito pelo contrário. É Hip Hop e tem uma base muito pesada, sendo evidente a influência do Hip Hop ocidental. Também aqui há uma sample que se repete constantemente, mas não é tão bem conseguida, pois pode ficar “velha” rapidamente. O refrão não é mau, mas também não é nada de especial, repetindo Free exaustivamente. A voz de Namie, que canta numa nota alta durante toda a canção, não está aqui no seu melhor, parecendo mais fraca principalmente no refrão.

“My Darling”. Também não é a balada! Pelos visto os títulos mais prováveis de serem baladas não o são. Esta também tem presente um forte estilo hip hop muito pesado. O que salva a canção é o refrão que não é assim tão bom também, sendo um pouco agressivo. O sócia de Lil’John é irritante e desnecessário, não contribuindo em nada para a canção ser melhor.

“Ups & Downs” é uma canção R&B mais lenta e é um dueto com o cantor Nao’ymt. Para uma canção mais lenta está muito boa, usando alguns sons interessantes como os assobios que parecem acompanhar a ideia de Alto e Baixos. O resto dos instrumentos é um pouco típico deste género de canções, mas o refrão, apesar de simples tem uma melodia com personalidade e que mais tarde lembraremos.

“I love You” é a definição de música Pop. Começa de uma maneira muito alegre, com alguém a dizer:”3 2 1”, com instrumentos que nos fazem lembrar uma abertura de uma série animada, mas de certa forma com uma composição mais madura. A letra é como um hino ao amor: “Je t’aime, I love you, Yo te quiero, Yes I do, Wo ai ni, Forever it’s true,ohhh, Wherever you are, baby, I love you”. Não é marcante, mas pelo menos ficaremos a saber dizer “Adoro-te” (ou amo-te, como preferirem) em muitas línguas diferentes, o que já é uma bela desculpa para ouvirem esta animada canção.

“All for You”. Ok, menti. Esta é de facto a balada e o título denuncia tudo. Esta é a track que menos gosto do albúm pois é uma típica balada romântica e sem grande interesse. Também esta é dedicada aos seus fãs.

“Alarm” encontra-se no grupo das tracks que mais gosto no álbum. Tem um espírito muito “bad ass” e a letra encaixa-se bem na melodia, principalmente no refrão, apesar de haverem algumas partes cómicas: “kick me harder, kick my booty” (estranho de imaginar). A melodia pode ser um pouco repetitiva mas os instrumentos usados são originais e acentuam o espírito pesado da canção (ouçam a sample que abre a canção e a bass no refrão). Vejam também o vídeo que está muito bom e com estilo.

“No” definitivamente a minha track preferida do álbum. Podem ouvir 100 vezes seguidas que não se cansam e querem sempre mais. Pelo menos para quem gosta deste género de música. “No” abre com uns tambores/jambés, que fazem lembrar um ambiente selvagem, e com Namie a dizer: “Yeah, 2005 baby”, numa pronúncia incompreensível (pensei que fosse: Yeah, the sound of vibe baby). Um bater de palmas prepara-nos para a verdadeira entrada na canção, que é muito refrescante e original. Os sons parecem ser usados como se a música respirasse por si só, sendo transportados por fortes “batidas” ao longo da canção. O sample usado como linha da melodia está muito bem conseguido e oferece um espírito mais club.
Como bónus, o álbum tem uma track escondida ou extra, que é como uma versão lenta de “No”. Há quem lhe chame de “Yes” porque o refrão centra-se à volta dessa palavra, ao contrário da versão original, mas o verdadeiro título é “No Part. II” (ala Destiny’s Child). Esta não é uma track má, mas não deixa de ser pior que “No (Part I). A letra é basicamente igual, sendo a melodia R&B mais lenta. A track é um pouco repetitiva, mas os vocais de fundo compensam pois são usados de uma maneira muito original e interessante, acompanhados sempre por o que parece ser o som de uma gota a cair.

“Queen of Hip Pop” é um grande albúm fácil de agradar a toda a gente que esteja disposta a abrir-se para novos géneros de música. Por isso, dêem uma oportunidade a este álbum fantástico e ouçam o que “Queen of Hip Pop” tem para oferecer, pois não ficaram desapontados.

Autor:Martim Monica

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