Lançado no passado dia 20 de Junho, o EP The Future is Now da banda de Post/Math-Rock toe é o que podemos considerar de um verdadeiro culminar de experiência.
Desde o último lançamento, For Long Tomorrow, em 2009, a banda esteve bastante reservada quanto a material novo. Entre pequenas “tours” em países asiáticos e o lançamento do DVD ao vivo (CUT_DVD), a banda parecia focar-se bastante mais em concertos do que propriamente escrever material novo. Situação que mudou com o lançamento deste EP.
Uma divisão adequada para este álbum seria separar os elementos por eras: Kashikura (bateria) usa todo o seu “arsenal” que bem demonstrou nos trabalhos mais recentes; Yamazaki e Mino (guitarra) misturam algumas riffs minimalistas, semelhantes às de “the book…” com partes acústicas que tão bem aperfeiçoaram em “For Long Tomorrow”; Yamane (baixo) demonstra o seu habitual groove, mantendo-se consistente em relação aos outros trabalhos da banda.
The Future is Now combina a estética mais introspectiva de “the book abou my idle plot on a vague anxiety” com a diversidade musical e a colaboração com vocalistas presentes em For Long Tomorrow. A faixa inicial, Run for Word, abre com um jogo minimalista entre os Mino, Yamazaki e Kashikura, uma espécie de loop entre guitarra e bateria que é usada para lançar a segunda guitarra. Com a introdução de baixo, a música explode e torna-se numa fusão de tempos arrítmicos, bem ao estilo da banda. 月、欠け feat. ACO (Tsuki, Kake feat. ACO) leva-nos de volta ao prévio trabalho da banda, mais concretamente à faixa After Image, sendo a voz usada quase que como uma sample que é repetida por cima da melodia. A guitarra acústica, quase inexistente nos trabalhos mais antigos da banda mas que teve grande destaque a partir do EP New Sentimentality, é mais uma vez trabalhada de uma maneira meticulosa, servindo de intermediário entre a bateria e a guitarra lead. Ordinary Days e a faixa homónima The Future Is Now terminam o álbum da boa maneira de toe: ritmos minuciosamente trabalhados, uma espécie de repetição não repetitiva (se é que faz algum sentido) e os sintetizadores a preencherem o fundo das melodias.
Talvez o único problema que consigo apontar a este EP é a sua duração. Ao fim de quase 3 anos sem novo material, este lançamento deixa um sabor agridoce aos fãs. Com apenas quatro faixas e tempo de duração a rondar os quinze minutos e meio, é muito pouco para preencher as saudades de toe.
Um trabalho fantástico, com uma clara melhoria tanto em termos de produção como de escrita, mostrando uma clara evolução da banda e sinais de que sabem perfeitamente para onde querem levar o seu som, mas que não deixa de saber a pouco ao fim de tantos anos de espera.
Escrito por: Hugo Botelho