O mais conhecido compositor japonês da história da música nasceu em 1930 na cidade de Tóquio e morreu 66 anos mais tarde.
A partir da década de 1950 começou a ser reconhecido como um dos principais compositores do seu país. Bastante influenciado pela música de Claude Debussy e Olivier Messiaen forma em 1951 os Jikken Kobo, um grupo que tinha por missão dar a conhecer os compositores contemporâneos ocidentais ao público japonês. Nas suas primeiras composições facilmente reparamos nas influências de Carl Maria von Weber e Igor Stravinski. O seu reconhecimento internacional apareceu nos anos 60 quando participou numa série de conferências com o compositor americano John Cage.
A sua longa carreira dedicada à música e em grande parte autodidacta passou por duas fases. A primeira, foi a procura de uma identificação da música do seu país. A segunda, caracteriza-se pelo uso e aceitação das ideias e instrumentos japoneses, procurando assim uma ligação com as formas ocidentais de fazer música. Combinando a tradição da música clássica ocidental com os sons de instrumentos orientais tradicionais, especial o biwa (pequeno instrumento de cordas) e o shakuhachi (uma flauta de bambu).
Em Autumn Garden (1973-79) peça escrita para uma espécie de orquestra que deveria tocar gagaku (música de corte tradicional japonesa). Trabalhos como Eclipse, (1966) para Shakuhachi e Biwa, Voyage (1973), para 3 Biwas são também mencionados como peças que derivaram de géneros tradicionais e assim Takemisu cria uma arte mais pessoal, mais integradora que sintética, susceptível de iluminar a condição humana.
Takemitsu rapidamente se transformou num dos compositores contemporâneos mais populares, devido a qualidade de obras como November Steps II (1967), escrita para comemorar o 125.º aniversário da Orquesta Filarmóica de Nova Iorque. Esta e outras obras para orquesta de câmara são notáveis por tentarem integrar sons instrumentais exóticos com conjuntos convencionais. Em composições como Relieve (1955) ou Mizo no Ky o Ku (1960), utiliza técnicas modernas de composição como era o caso da electrónica.
Noutras obras, prefere voltar às suas raízes e cria peças para instrumentos tradicionais japoneses, nelas cria a partir de padrões ritmicos complexos texturas atrentes quase hipnotizantes. Dos seus últimos trabalhos destacam-se algumas obras importantes como a banda sonora para o filme de Akira Kurosawa, Ran (1985) e a obra para orquestra Visions (1990).
Em 1996 morre e recebe a título póstumo o prémio Glenn Gould Prize.
Autor:Fernando Ferreira