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Zeni Geva

Com mais de 40 anos de carreira, a banda Zeni Geva é um dos nomes mais importantes do panorama experimental/alternativo do país do Sol Nascente. A banda começou a sua carreira musical na capital japonesa em 1987 e o nome vem da junção de duas palavras (“Zeni”, um antigo termo japonês para dinheiro, e “Geva” vem do alemão “Gewalt”, que significa “violência”), assim sendo podemos traduzir como “violência por dinheiro”.

Após vários anos na cena do noise/rock japonês, onde teve várias colaborações e participações em projectos como os Hanatarashi ou Merzbow, o guitarrista e programador eletrónico Kishino Kazuyuki (a.k.a. KK Null) decidiu formar os Zeni Geva com o guitarrista Fumiyoshi Suzuki (também conhecido como “NP”), a vocalista Elle e o baterista Ikuo Taketani (The Boredoms e Hanatarashi). É logo no primeiro ano de actividade que lançam o seu álbum de estreia, How to Kill , pela própria editora a NUX Organisation. Poucos meses depois o baixista Bunsho Nishikawa substitui Elle, e lançam a cassete Vast Impotenz no início de 1988.

Os Zeni Geva desde o ínicio da banda sempre foi um projecto onde entrou e saiu muita gente. Após a saída de Suzuki e Nishikawa, Null e Taketani decidem juntar o guitarrista Mitsuru Tabata (também dos The Boredoms e que podem ler aqui uma entrevista a ele) em 1988, e o logo em seguida lançaram o álbum Maximum Love and Fuck. Tatsuya Yoshida, da banda de rock progressivo Ruins, também se junta no final desse ano, substituindo Taketani. Mais uma mudança e mais um álbum. Desta vez com o título de Maximum Money Monster, incluindo Maximum Love and Fuck com temas adicionais e com Yoshida na bateria.

Tatsuya Yoshida sai em 1990 e continua a sua carreira prolífica e elogiada com os Ruins e outros projectos. Durante outro período de tempo os Zeni Geva faz mais duas substituições na bateria, primeiro com Yasuko, e depois como Eito Noro. É com esta formação que a banda começa a ter grandes e longas tournées mundiais, bem como o reconhecimento de alguns grandes nomes do rock mundial como Steve Albini, que produziu o álbum Total Castration, de 1991, e Jello Biafra (líder dos Dead Kennedys) que os contratou para sua a sua editora Alternative Tentacles.

Durante este tempo, a banda lança Live in Amerika (1992) e o álbum ao vivo All Right You Little Bastards onde Steve Albini também participa. Desire for Agony foi o disco seguinte e foi produzido por Albini e marca a estreia dos Zeni Geva na editora Alternative Tentacles, disco que foi seguido por Freedom Bondage de 1995.

No ano seguinte, Noro deixa a banda e recrutam Blake Fleming, um músico americano que se juntou a tempo incerto e que tinha como missão ajudá-los em mais um lote de concertos. Masataka Fujikake foi o senhor que se seguiu, e voltaram imensos concertos e tournée por esse mundo fora. Apesar dessa actividade toda a banda não lançou mais nenhum álbum de estúdio até 2001, ou seja, passaram-se seis anos desde que tinham lançado o Freedom Bondage.

O disco seguinte chamou-se 10,000 Light Years, e foi lançado pela editora Neurot Recordings e marcou uma das fases mais experimentais da banda. KK Null começava a usar cada vez mais instrumentos electrónicos criados por ele como era o caso do seu dispositivo “nulltron” que teve uma importância vital no disco 10.000 Light Years. O disco que se seguiu foi Um álbum ao vivo, Last Nanosecond – Live in Geneva 2002.

Uns meses mais tarde Fujikake partiu, e a banda ficou inactiva durante uns anos. KK Null continuou a lançar discos com uma vertente musical mais electrónica experimental e noise a solo e em colaborações, enquanto Tabata dicidiu ir mais para o lado das guitarras e fazer parte de uma das grandes bandas do rock psicadélico japonês, os Acid Mothers Temple.

Em 2009, Yoshida volta aos Zeni Geva, e voltam as tournées. O álbum seguinte gravado em Setembro de 2009 e lançado em Fevereiro de 2010, foi o resultado de um concerto dos Zeni Geva e que deram o nome de Alive and Rising. É nesta altura que a banda passa por Portugal para um concerto no espaço Galeria Zé dos Bois em Lisboa.

Total Castration, que foi produzido por KK Null e editado pela Nux Organization em 2012 tornou-se o último disco lançado pela banda. Seguiu-se uma série de concertos na Europa mas já com uma formação em duo KK Null e Yoshida, marcando a saída de Tabata Mitsuru depois de mais de duas décadas com o grupo. Até à data e apesar do duo ainda continuar activo não se tem ouvido falar muito deles porque cada um dos elementos está a dar forte e feio nos seus projectos a solo. Mas nunca se sabe quando não sairá um coelho da cartola desde power duo.

Escrito por: Fernando Ferreira

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