O “sinal de alarme” já tinha sido dado à alguns dias atrás, mas foi hoje segunda-feira (8 de Agosto) que o Imperador Akihito fez uma declaração ao povo japonês onde pediu publicamente o direito à abdicação.
A questão assume a gravidade que lhe é devida e o momento é historicamente determinante: numa raríssima alocução de sua iniciativa, Sua Majestade O Ten’O, mercê da sua longa idade — celebrará o seu 83º aniversário a 23 de Dezembro — e já acusando limitações por motivos de saúde.
Este acto que assumiu publicamenta ao pedir o direito à abdicação, é algo que a Monarquia Nipónica pela sua natureza sui generis não prevê. E isto não obstante o precedente histórico de 1921, quando o então Príncipe Consorte Hirohito assumiu a regência do Império do Grande Japão por manifesta incapacidade de seu pai, o Ten’O Taisho, então profundamente debilitado por doença do foro neurológico.
Era outro tempo, outra realidade institucional com outro enquadramento jurídico. Agosto de 1945 e tudo mudou. Será este novo tempo de mudar? São cada vez mais os que querem crer que sim.