O imperador do Japão, Akihito, completou ontem 75 anos mas o seu estado de saúde é uma preocupação, o que traz à tona novamente especulações sobre como será o futuro da família imperial.
Apesar de ter sido obrigado a cancelar a tradicional entrevista colectiva para celebrar seu aniversário, Akihito apareceu ontem no balcão do Palácio Imperial para saudar os cerca de 17.500 japoneses que compareceram para felicitá-lo.
Trata-se do maior número de cidadãos que apareceram por ocasião do seu aniversário nas últimas duas décadas – o tempo que dura a actual era do calendário japonês, a Heisei.
As eras são estabelecidas no Japão com a chegada ao trono de um novo imperador e provam a importância que se dá no país a esta figura representativa da unidade japonesa, que até meados do século XX tinha importantes poderes simbólicos e até recebia cultos.
Junto a um sorridente imperador estava a sua esposa, a imperatriz Michiko, os seus filhos, Naruhito (o herdeiro da Coroa) e seu irmão Akishino, e as suas respectivas mulheres, as princesas Masako e Kiko.
No seu comunicado oficial por ocasião de seu aniversário – feriado no Japão -, Akihito e Michiko expressaram seu apoio “ao príncipe herdeiro e a sua esposa, que assumirão posições de grande responsabilidade no futuro”.
Esta menção ao futuro trouxe de volta as especulações sobre como será a sucessão no trono por parte do príncipe herdeiro, Naruhito, e a gravidade do estado de saúde do monarca – uma figura meramente representativa, mas de grande importância para os japoneses.
Durante os recentes exames ao Imperador, os médicos encontraram sinais de hemorragia no estômago e duodeno, provavelmente causados pelo stress físico e mental, assim como por sua avançada idade.
O estado de saúde de Akihito preocupa a todos no Japão e, por isso, a “Agência Imperial” colocou diversas mesas com livros em branco em frente ao Palácio Imperial para que os japoneses possam escrever suas mensagens de recuperação para o imperador.