Vivemos atualmente numa sociedade em que o património por vezes é deixado em segundo plano, acabando abandonado, esquecido e devoluto, situação recorrente um pouco por todo o mundo, inclusive no Japão.
Ora pelos vistos no Japão este problema também é visível, foco o caso do Parque das Viagens de Gulliver, localizado em Kawaguchi e que seria um espaço de lazer e divertimento destinado às crianças e também suas famílias, mas por ser pouco popular e conhecido, acabou por ser olvidado, não tendo sobrevivido praticamente nada da sua existência.
Mandado edificar no ano de 1997/1998, à sobra da imponente beleza do Monte Fuji, baseado na obra britânica “As Viagens de Gulliver” da autoria de Jonathan Swift, o Reino de Gulliver apenas esteve em funcionamento cerca de quatro anos, tendo a roda da fortuna ditado assim o seu desfecho prematuro.
Foi implementado numa zona geográfica pouco considerável, na província de Yamanashi, erguido ao lado da conhecida e intitulada “Floresta do Suicídio” – Aokigahara e perto de Kamikuishiki, cidade onde se fixava a sede terrorista do grupo religioso Aum Shinrikyo (オウム真理教) fundado por Shoko Asahara em 1984, responsável pelas 13 mortes com gás sarin ocorridas no metro da capital japonesa no ano de 1995.
A sua área de inauguração não foi de todo a mais indicada, tendo em conta que não era um ponto turístico atrativo, levando o impopular parque temático financiado por Niigata Chuo Bank a encerrar as suas instalações em Outubro de 2001.
Tanta história para contar, um parque que marcava pela inovação, acabou no final completamente perdido nas memórias do tempo, terminando no ano de 2007 por ser completamente desmantelado, sobrando apenas pequenos objetos de ferro, telhas e entulho que pelo terreno ficaram dispersos, na tentativa de relembrar a existência de um parque que poderia ter sido um empreendimento de bastante sucesso.
Escrito por: Mia Mattos