A promessa da minha ida à edição deste ano da Festa do Japão foi confirmada depois de ter recebido um convite da Dra. Luísa Lino, presidente da Associação de Amizade Portugal Japão e de ter alojamento para o fim-de-semana numa casa onde o Totoro é rei e senhor.
Inserida nas festas de Lisboa e com a organização da Embaixada de Lisboa juntamente com a AAPJ – Associação de Amizade Portugal/Japão realizou-se no passado sábado (21 de Junho) mais uma festa do Japão em Belém junto ao Museu de Arte popular e do Padrão dos Descobrimentos.
A aventura começa um dia antes da festa do Japão, com a minha descida até à capital. À minha espera estavam duas amigas fãs incondicionais do trabalho do grande mestre Miyazaki e dos seus amigos da Ghibli. Mal chego a Lisboa e começo a falar do Japão… e quase que apostei que todo o fim-de-semana iria ser assim…
Na bagagem trazia alguns DVD’s do grande mestre, por isso, a escolha para uma sessão de cinema depois do jantar era óbvia. Vencidas pelo cansaço de viver numa grande cidade, fecharam os olhos quase no final do filme e deixaram-me ali “sozinho” a rever o filme até ao fim.
A manhã começou com um acordar bem-disposto. Depois de um saboroso pequeno-almoço era tempo de começar a preparar o dia que se previa que fosse longo. A primeira paragem foi um restaurante japonês para me encontrar com a presidente da AAPJ para falarmos de possíveis projectos em conjunto. O almoço estava um verdadeiro manjar dos deuses. Fez-se uma refeição tradicional japonesa de imensas variedades de sushi e rematamos com um bolo de chocolate com gelado de matcha.
Depois do almoço, seguimos então para o Jardim do Japão construído pela AAPJ e formalmente inaugurado e “baptizado” em 2011, tendo nessa altura ocorrido a primeira Festa do Japão para comemorar a data.
Quando chegamos já estavam algumas pessoas por lá a passear e os stands prontos para começarem a mostrar e a vender os seus produtos. Logo à entrada podíamos ver algumas marcas de automóveis japoneses que convidavam as pessoas para um pequeno “test-drive”. Já no jardim a primeira banca a visitar foi a APC (Associação Portuguesa de Cosplay), mas foi em modo “undercover”, pois segundo parece ainda corre o mito urbano que um tal de Ogata Tetsuo é um personagem ficcional entre a comunidade de fãs da cultura japonesa.
Eram 16h quando o palco da festa abriu com o projecto “Raku”, um grupo de jovens japoneses que tocam tambores. Vinte minutos mais tarde, foi a cerimónia de abertura oficial do evento com a quebra do barril de saqué (Kagamiwari, em japonês). Seguiu-se o grupo “Yoshakoi” (dança folclórica japonesa) e a Banda APU, um grupo de jovens que tocavam instrumentos de sopro. Todos estes grupos faziam parte da APU: Ritsumeikan Asia Pacific University.
Enquanto pelo palco iam acontecendo os espectáculos, nas tendas que estavam à volta do Jardim do Japão a azáfama era grande. Na tenda da Embaixada do Japão, faziam-se demonstrações de Ikebana (arte floral japonesa), de Origami (dobragem de papel) e ainda apresentação de alguns Haiku (poesia tradicional japonesa).
Ao lado, tínhamos o stand da AAPJ, onde Inês Carvalho Matos divulgava o seu mais recente livro sobre a história da geminação da cidade de Cascais com a cidade japonesa de Atami. E no stand do Centro de Artes Orientais jogava-se o tradicional Go, que segundo os especialistas é o jogo de estratégia mais complexo do mundo.
Mais para o lado tínhamos ainda as tendas da Escola Japonesa em Portugal, que foi sem dúvida um dos stands mais concorridos pela enorme oferta a bons preços de imensos livros japoneses e outro tipo de merchandise, e ainda a Associação Lusitana de Bonsai.
Do outro lado do Jardim estavam as tendas comerciais (Tsubaki, Cominport e Paiê Atelier) que vendiam os mais variados produtos japoneses (manga, merchandise, produtos alimentares, papel de origami, chá, etc, etc) e de restauração (Restaurante Novo Bonsai e Tasca Kome) onde os visitantes podiam experimentar algumas das iguarias japonesas (takoyaki, ramen, pequenos bento, etc, etc). Nesta zona fui/estive pouco tempo pois as filas para a comida eram enormes e as bancas estavam sempre cheias de pessoas ávidas em comprar isto e aquilo.
Em direcção ao palco, eis a primeira surpresa do dia. À minha frente estava um cosplay de Andromeda Promethium, de 1000 Nen Joou, de Leiji Matsumoto, um fato que aposto que mais de metade das pessoas que andavam pela festa não deviam conhecer ^_^.
Isto só podia ser um cosplay da velha guarda e não é que era mesmo… Quase quinze anos depois volto-me a encontrar com uma das pessoas que mais estimo neste mundo de “fandom” à cultura japonesa. Ainda me lembro quando fizemos pela primeira vez cosplay, estávamos no ano de 1996 no Festival de BD da Amadora quando fizemos um grupo de cosplay da série Ranma ½. É bom ter amigos assim que mesmo que exista uma distância espácio-temporal tão grande a amizade prevalece. Falámos imenso tempo, tentando recuperar o tempo perdido de 15 anos e fui conhecendo algumas pessoas desta nova geração (Leonor Grácias, a cosplayer, Ana Rufino e o Fábio), bem como a japonesa Beniko que é super simpática.
Jurámos fazer coisas espectaculares num futuro próximo. Agora é que vai ser. Aguardem!
Ao longe no palco ouvia-se músicas de bandas sonoras de séries de animação interpretadas pelas Animemuno, um quarteto de meninas vestidas de fato colegial. Depois, eis que chegava a hora mais esperada por grande parte dos presentes, o desfile de cosplay. Foram imensos os cosplayers que estiveram no desfile com alguns deles a destacarem-se com excelentes fatos, mas também havia muitos cosplayers que decidiram não desfilar.
Chegam as artes marciais ao palco, seguido de uma sessão de Para Para Dance (ou de como dançar música de “carrinho-de-choque”). A noite começava a chegar quando o desfile do santuário portátil (Mikoshi) percorria os caminhos do Jardim. Para quem não conhece esta tradição, o Mikoshi é utilizado em várias festas japonesas e simboliza a visita dos “kamis” à comunidade protegida por eles. As pessoas que carregam o mikoshi podem gritar segundo a cadência dos passos, levantando e baixando o santuário a fim de reanimar e fortalecer o kami.
A partir daqui não sei o que aconteceu, pois era hora de regressar aos meus aposentos e desfrutar o bom lote de livros que comprei na Festa (e que brevemente escreverei sobre eles aqui no site).
Consta que por volta das 21h voltaram os grupos da APU a invadir o palco para mais dois pequenos espectáculos de tambores e de dança Bon Odori: “Tokyo Ondo” e “Tanko Bushi”. Uma hora depois chegava ao fim mais uma bonita festa do nosso amado Japão.
Para o ano que vêm, é quase certo o meu regresso. Por isso, até lá vou vivendo o meu Japão à minha maneira.
Escrito por: Fernando Ferreira
Leonor Grácias
Foi um dia muito bem passado,cada vez melhor! Que venham mais!
t3tsuo
Se foi… Podes contar com a minha presença para o ano que vêm e assim termos muito mais tempo para conversarmos ^_^
Ana IsaBela Santos
ADOREI O DIA!!!!! Diverti-me imenso !!! Festa do Japão é sempre incrível ♥
Obrigada pela fotooo ♥
Misato
^_____^ pela menção.
Foi muito bom ver-te novamente!
t3tsuo
Subscrevo as tuas palavras Misato. A partir de agora ninguém nos vai apanhar ^_^
Misato
eleh! cuidado! ^^
João Maria Morais
Ola Léo!
Bom e velhos tempos, até já parecemos fazer parte dos moveis ^^
Um abraço para ti
Jean-Marie
Misato
Olá Jean (acena)!
Sim, fazemos parte da mobília, mas com rodinhas!
Beijos
João Maria Morais
A malta sobrevivente havia de combinar alguma coisa Léo 😉 Almoçar, que tal?
Pataniska Andrade
Um dia excelente passado em grande companhia, éramos milhares e sentíamos quase como se fossemos família.
Infelizmente, a parte da restauração continua a levantar criticas entre os visitantes, não devido à qualidade da comida, mas sim à quantidade… naturalmente não esperavam uma adesão tão grande! Algo que seria bom ver remediado nos próximos anos e calar estas criticas mais negativas que se vão ouvindo aqui e ali. A Festa no geral foi boa e achei que foi a melhor de todas as edições!
Misato
A mim deu-me a sensação que este ano veio menos gente (mas mais turistas estrangeiros) e a massa de gente para comer foi sensivelmente a mesma que nos dois anos anteriores. Portanto não há desculpa, têm de levar mais comida. Até porque eu estive na fila (da tasca), que aliás anda mais depressa que as más-línguas dizem, e depois de pagar fui imediatamente atendida, portanto talvez o sistema de pagamento é que tenha de ser mudado. Também sugiro haver uma banca genérica só para água e coisas mais básicas, pois a malta padece aos elementos. Quem lucra com isso é o café do Museu de Arte Popular.
Kimino Chiyo
Gostei muito da Festa do Japão este ano, o facto de terem adicionado algo sobre a cultura mais tradicional(o Mikoshi) foi uma mais valia.
Diverti-me imenso, não imaginava nem sequer sonhava que os japoneses me iriam escolher para ser transportada no Mikoshi, foi uma experiência única e uma grande honra. 🙂
Eram todos super divertidos e foi um dia muito bem passado no ambiente da festa.
Só tenho uma crítica a fazer:
Gostaria de para o próximo ano ver mais tendas, com mais coisas. Apesar de a festa ser exelente e ainda ser recente, penso que falta mais variedade. Gostaria de ver por exemplo, uma tenda/espaço dedicado à cerimónia do chá durante todo o evento, um outro dedicado só às vestes tradicionais(quem sabe exposição e venda de Kimonos e Obis), tendas com mais jogos tradicionais, ou até algo sobre o teatro japonês(Kabuki,Noh). Também faltava um sítio com souvenirs melhores, os que vi eram exactamente os mesmos do ano passado, mas menos variedade.
Dito isto, espero voltar para o ano e ver ainda mais coisas, porque esta festa tem um potencial tremendo e adoro! ^^
t3tsuo
Eu também gostei da Festa. No entanto não tenho termo de comparação com os anos anteriores porque não fui.
Sou também da opinião que deveria haver uma maior área de restauração para as filas não serem tão grandes e haver maior variedade.
O mesmo se passa com o resto das tendas que apesar de todas elas serem interessantes também havia alturas que era impossível lá chegar, por isso havendo mais tendas com outras ofertas (como por exemplo as que a Kimino Chiyo referiu) as pessoas tendem-se a espalhar.
E também sou da mesma opinião que esta Festa ainda pode crescer mais e melhor com a ajuda de todos!!!
Kimino Chiyo
Também concordo. Era muito complicado encontrar um espacinho para ver muitas das tendas. São poucas e as pessoas são muitas.
E não esquecer o entretenimento para todas as pessoas, que é fundamental numa festa/feira. Para quem não queria assistir às actividades a acontecer no palco(praticamente as mesmas do ano passado…), as opções eram poucas ou nenhumas. Daí eu ter referido no comentário anterior que era exelente se adicionassem jogos(por exemplo, tiro ao alvo, ou outros jogos que se podem encontrar em Matsuris japoneses), jogos com direito a prémio, e etc.
Penso que a única coisa nova este ano foi a procissão do Mikoshi, e bandas diferentes a tocar e dançar no palco, porque de resto a festa foi igual. Ficarei a aguardar mais coisas para o ano! 🙂