Ultraman Ginga marca o regresso às séries de televisão Tokusastu da produtora Tsuburaya Production. Estando afastada durante alguns anos da televisão, a lendária produtora/estúdio regressa com um novo herói e muitos Kaiju para relembrar ou como deve ser o caso para muitos, ficar a conhecer estes estranhos seres espaciais. Fazendo parte da cultura pop Japonesa desde os meados dos anos 60, a televisão, foi o local de nascimento deste extenso franchise, sendo, a evolução para o cinema, o caminho natural a seguir.
A última vez que vimos um Ultraman na televisão foi em 2009 na série Ultra Galaxy Mega Monster Battle: Never Ending Odyssey. Até à data de estreia de Ultraman Ginga em 2013, novas aventuras de estes heróis galáticos poderiam ser vistos apenas no cinema, na trilogia de filmes com o Ultraman Zero. Na Tv a sequela da série de retrospectiva Ultraman Retsuden (2011); New Ultraman Retsuden (2013) apenas dava acesso às batalhas mais antigas.
No mesmo ano que estreia Ginga, também estrou Neo Ultra Q, a sequela da série original de 1966, que daria orientem ao universo Ultraman. A continuidade deste franchise pode ser por vezes uma grande dor de cabeça, é neste sentido que Ultraman Ginga tem um papel fundamental para novos fãs. Através da história do protagonista, esta série dá a conhecer alguns dos vilões e heróis anteriores, enquadrando Ginga, na linha condutora do universo dos Ultramen. Desta maneira tenta desenvolver uma nova narrativa ao mesmo tempo que mostra as glórias passadas.
Hikaru Raido chega de Londres onde estava a seguir uma carreira como músico à sua cidade natal, onde vive o seu avô. Este é um sacerdote de um templo, que foi destruído à poucos dias, por um meteoro. Com este meteoro vieram as spark dolls, pequenos bonecos de Ultraman e Kaiju. Estas foram criadas pelo vilão da série, Dark Lugiel, que transformou todos os Ultramen e Kaiju em bonecos (Sim, action figures que se podem comprar).
O vilão começa por dar vida a estes Kaiju, por intermédio das emoções negativas dos humanos, com a ajuda do Alien Valkie. Desta maneira ele consegue reunir energia negra para restaurar a sua força e destruir a terra claro está. A única esperança é Hikaru, que através de um artefacto do templo, a Ginga Spark, consegue transformar-se inicialmente em Kaiju e depois em Ultraman Ginga. Para o ajudar tem os seus amigos de infância e o único Ultra ainda com consciência, o Ultraman Taro.
Ginga é uma série que fica um pouco aquém do que seria de esperar, seja por alguns constrangimentos de orçamento, qualidade de actores ou mesmo o interesse da história a ser desenvolvida. A equipa criativa de Ultraman Ginga parece ter ido buscar inspiração a outro franchise de Tokusatsu, os Super Sentai, nomeadamente aos Gokaiger. Na iteração de 2010, a equipa de Sentais procurava vários tesouros pela galáxia, (o tema, os piratas) esses tesouros eram pequenos bonequinhos iguais às equipas de sentais anteriores. Com estes bonecos os Gokaiger podiam transformar-se em qualquer outro Sentai anterior. Não sei se esta foi uma decisão criativa ou comercial, mas inclino-me mais para a última, porque toda a série parece mais um catálogo de venda de figuras de Ultraman e Kaiju, do que uma série com pretensões de continuar a desenvolver novas histórias dentro deste universo.
O ponto alto de Ginga são sem dúvida as batalhas entre os monstros gigantes e Ultraman Ginga; estas tiveram algumas variações, Ultraman Ginga vs. Kaiju, Ginga vs Mecha (Jean Killer), Kaiju vs. Kaiju e lutas entre Ultramen. Os efeitos pirotécnicos são uma maravilha de ver, as miniaturas têm grande detalhe e os efeitos CGI estão também bem conseguidos, tendo em consideração o orçamento limitado da série. Todos estes elementos estão bem misturados, dando-nos sequências com grande dinamismo conservando o charme e tradição do franchise.
Ultraman Ginga é uma série boa para entrar no universo dos Ultramen, só com onze episódios não dá para nos sentirmos aborrecidos durante muito tempo. Os combates e os efeitos especiais (mais os analógicos que os digitais) são o ponto alto da série. O facto de darem tanta importância aos Ultramen do passado, impede a série de evoluir a sua própria história e fazer avançar o franchise. Por vezes parece mais um catalogo para vender bonecos dos personagens, do que querer envolver o expectador com os novos personagens. Depois da série há ainda um episódio extra, que não oferece mais nada que é uma retrospectiva, desta vez pela série de Ginga, onde o Alien Valkie a tentar perceber o que fez de errado ao não conseguir derrotar o Ginga e Hikaru.
Mais uma vez mostrar vídeos das primeiras aparições dos monstros e respectivos Ultramen. Esta nova entrada no franchise acaba por ser bastante mediana, a descer para o fraco. Vamos ver o que nos trás
a segunda temporada Ultraman Ginga S.
Escrito por: Ivo Brito